quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Combo de Jazz especial: Concerto de Natal
Combo de Jazz: Concerto de Natal + Jam Session (Música)
Alunos do Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra
Tabacaria | 16 de dezembro | terça-feira | 21h30 | Entrada livre
Porque estamos também numa época conhecida pela sua música encantadora e, por isso mesmo, uma época de concertos, os alunos de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra (CMC) oferecem à cidade um Combo muito especial. Na terça-feira, 16 de dezembro, pelas 21h30, serão tocadas as tradicionais músicas de Natal, mas em tom jazzístico e sempre bem disposto.
"Little town of Bethlehem", "12 days of Christmas", "Jingle Bell Rock", "Carol of the bells" são alguns dos temas que todos conhecemos e que o Combo dos alunos irá misturar com outros clássicos da música jazz, como "All the things you are", "My funny Valentine" ou "Solar".
O Teatrão e o Curso de Jazz do CMC convidam assim toda a cidade a vir desejar as Boas Festas ao som da melhor música de Natal. A entrada no concerto é livre e, no final, há ainda uma jam session!
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
"Férias de porta em porta" - programa férias de Natal
Na criação artística, já se sabe, gostamos de misturar muitas coisas e também de "roubar" aos criadores vizinhos as melhores ideias de uns e de outros. Por isso, e depois de na primavera termos andado de monumento em monumento e, no verão, de jardim em jardim, agora, no Natal, é de casa em casa que nos vão encontrar em mais um Programa de Férias para crianças e jovens.
São quatro as casas que andaremos a percorrer, todas elas muito especiais: o Salão Brazil, a Casa da Esquina, o espaço do CAPC no Jardim da Sereia e, claro, a nossa Oficina Municipal do Teatro. São, como se adivinha, as quatro "portas" vizinhas que compõem as LINHAS CRUZADAS e que vão permitir aos participantes a possibilidade de misturar música, teatro, artes plásticas e tudo o mais que existe para descobrir nestas quatro casas conimbricenses de criação e divulgação artísticas. Em cada dia um novo espaço, com as suas histórias, o seu cheiro, cores, sons e obras próprias.
Com este Programa de Férias, O Teatrão pretende que os participantes tenham acesso a diferentes formas de criação artística - e respetivos autores e locais de criação - e que esse contacto com uma música, um quadro, uma fotografia ou um texto seja estímulo para a sua própria imaginação e expressão. Ao mesmo tempo, permite que crianças e jovens conheçam por dentro algumas das casas que se dedicam à produção artística, alargando, desta maneira, o seu conhecimento da cidade, do que nela se faz e de como nela se vive.
DE PORTAS ABERTAS NAS LINHAS CRUZADAS (Workshop Férias de Natal)
Para crianças e jovens dos 6 aos 18 anos | 17 a 20 de dezembro | 9h-13h | Inscrição: 40 euros (até 15 de dezembro)
Locais: Casa da Esquina | CAPC (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra) - Sereia | Salão Brazil (JACC - Jaz ao Centro Clube) | Oficina Municipal do Teatro
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
"A Prenda a Dar Livros" com a Alma Azul!
A Alma Azul volta a realizar, em 2014, o projecto "A Prenda a Dar Livros", com início no dia 1 de Dezembro.
Pretende com esta iniciativa disponibilizar e promover a compra de livros para oferta no Natal de autores de Língua Portuguesa (mas não só), de qualidade e a preço justo, sem intermediários; e também angariar fundos para a realização do seu Festival de Língua Portuguesa = A Língua Toda, que vai realizar de 21 de Março a 23 de Abril de 2015.
Para que tudo não fique numa venda de livros, a Alma Azul empenhou-se em produzir um programa em redor dos autores e dos livros que apresenta e que têm um valor cultural inquestionável. "A Prenda a Dar Livros" vai visitar Escolas, Bibliotecas, Associações Culturais e Recreativas, Faculdades, Universidades Séniores, Museus, Cafés e Lojas de Comércio Tradicional, levando consigo, além dos livros, leituras de Eça de Queirós, Alberto Caeiro, Fialho de Almeida, José Tolentino Mendonça, Luís Quintais, Gomes Leal, Maria Manuel Viana, Sophia de Mello Breyner, Ruben A., Pedro Eiras, Rui Zink, Rui Nunes, Dulce Maria Cardoso, Teolinda Gersão, entre outros autores.
A Alma Azul conta para este seu projeto com o apoio empenhado dos parceiros com quem trabalhou e foi crescendo ao longo de 15 anos (1999-2014).
A PPRENDA A DAR LIVROS (Livros/Leituras)
Organização: editora Alma Azul
Tabacaria | 6 e 7 de dezembro | sábado das 20h30 às 21h30 e domingo das 16h às 17h
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Samy Thiébault na OMT, em concerto único em Portugal!
Concerto único em Portugal, apresentado numa parceria da Alliance Française de Coimbra com o Conservatório de Música de Coimbra, para apresentação do álbum que será lançado a 29 de janeiro de 2015.
SAMY THIÉBAULT QUARTET - "A Feast of Friends" (Música)
Organização: Alliance Française (Coimbra) em parceria com o Conservatório de Música de Coimbra
Sala Grande | 4 de dezembro | quinta-feira | 21h30
Preços: €5 (público geral) e €3 (alunos da Alliance Française Coimbra e do Conservatório de Música de Coimbra)
Tendo feito a experiência do quinteto, do large ensemble e do sexteto, Samy Thiébault apresenta hoje o seu quarteto "A Feast of Friends" e apropria-se dos The Doors! O seu último álbum, "Clear Fire" (Gaya Music Production/ Abeille), lançado em 2013, tem sido aclamado pela crítica e pelo público, e posicionou Samy entre os mais interessantes saxofonistas da sua geração, c
om as escolhas artísticas muitas vezes ousadas, sempre sensatas.
No auge desta experiência e da sua "tournée" internacional, Samy Thiébault volta a centrar desta vez as suas inspirações no quarteto, fórmula rainha e vitrine para os instrumentistas, bem como um novo caminho para a sua pesquisa musical. A perspetiva de transe e de dança, cara para o saxofonista compositor, ocorre, então, desta vez numa música mais densa, mais generosa, com novos títulos, com o desejo de mestiçagem musical e uma abordagem do som ao mesmo tempo primitivo e moderno. É de facto ao apropriar-se do repertório dos The Doors, grupo mítico dos anos 60 e grande nome do rock psicadélico e regenerando-o no seu quarteto, que Samy ilumina o seu caminho de uma forma radicalmente nova e original. A relação forte deste repertório com o Blues e a espiritualidade, o nome do grupo, aproxima-o naturalmente do universo do Samy. Assistimos a arranjos e a uma apropriação muito pessoais das suas músicas (das mais emblemáticas às menos conhecidas) bem como ao nascimento de novas composições enriquecidas pela passagem neste novo universo.
Encontramos de novo os fiéis Sylvain Romano (contrabaixo), Philippe Soirat (bateria) e Adrien Chicot (piano), que estão ao lado de Samy há muitos anos e que estão entre os melhores músicos da cena atual.
Do álbum fazem parte os seguintes temas:
1. Riders on the Storm
2. The hitchhiker
3. Telluric Movements*
4. Light my fire
5. The movie
6. People are strange
7. Invocation*
8. The Crystal ship
9. Petition the lord with prayer
10. The soft Parade
11. Blue sunday
12. Blue words*
13. The blue bus
14. Hara*
15. Tribal Dance*
Todas as composições da autoria dos The Doors e arranjos de Samy Thiébault.
Exceto * Composições de Samy Thiébault
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Um Tempo de Todos
Às vezes o tempo prega-nos (boas) partidas e junta os que procuram e gostam de se encontrar. HÁ TEMPO PARA TUDO, a 69ª produção d’O Teatrão, assume-se, por isso, como um espetáculo de especial importância. Desde logo, por ser a primeira produção que a Companhia dirige aos que começam agora a tomar consciência dos mistérios do mundo, ou seja, os meninos e as meninas que têm entre três e seis anos (e suas famílias!). E é também um espetáculo que alia algumas das mais importantes instituições de Coimbra e que têm aqui oportunidade de aprofundar a sua relação. Sendo uma coprodução com o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, HÁ TEMPO PARA TUDO tem ainda a particularidade de contar, na sua criação, com o valioso contributo dos alunos e professores do Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Coimbra e do Curso de Teatro do Colégio de S. Teotónio.
HÁ TEMPO PARA TUDO não começa nem acaba, acontece. Porque o mesmo se passa na vida. Acontece... Depende do tempo que estiver na altura! Acontece como um ciclo, que pode ser em qualquer lugar da natureza mãe, onde uma árvore ao perder as suas folhas se transforma numa girafa ou onde uma flor desabrocha e se divide em quatro. Este espetáculo acontece no momento em que se nasce e morre ao mesmo tempo que se funde com outra vida. É um espetáculo sobre estações do ano e aquilo que elas nos provocam. É sobre a Mãe dessas quatro estações. É sobre o tempo das coisas. É sobre as voltas que o tempo dá. É sobre a memória das sensações das coisas. É sobre o tempo de brincar e sobre o tempo que faz quando se brinca.
Ao longo da temporada, em algumas das muitas sessões que O Teatrão organiza durante a semana e ao sábado, o público terá o prazer de assistir ao espetáculo com música tocada ao vivo por alunos do Curso de Jazz do Conservatório. Além disso, haverá, aos sábados, o ateliê “Ao Sabor do Tempo”, para Pais e Filhos também poderem brincar com a passagem do tempo e das Estações do Ano.
HÁ TEMPO PARA TUDO (Teatro)
Coprodução O Teatrão e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
Direção: Cláudia Carvalho e Jonathan Azevedo
Sala de Ensaios | 27 NOV a 23 DEZ | segunda a sexta | 10h, 11h30, 14h e 15h30 (sessões para escolas) | sábado | 11h e 17h (sessões para público geral) | M3
Preços: €10 (Normal e Pais e Filhos), €5 (Estudante e Sénior), €4 (grupos com mais de 10 pessoas) | Espetáculo + ateliê "Ao Sabor do Tempo": €15 (Pais e Filhos)
Direção: Cláudia Carvalho e Jonathan de Azevedo
A partir de uma ideia original de: Isabel Craveiro
Elenco: Ana Bárbara Queirós, Inês Mourão, João Santos, Margarida Sousa (Atores d'O Teatrão); Ana Margarida Cruz, Bruno Alves, Cristiana Calvário, Daniel Neves, Joana Isabela, Luana Figueiredo, Mariana Antunes e Melanie Cunha (alunos estagiários do Curso Profissional de Artes do Espetáculo do Colégio de S. Teotónio)
Músicos: Diogo Alexandre, Joni Axel, Pedro Jerónimo e Tiago Baptista (alunos do Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra)
Colaboração na criação do espetáculo: Inês Silva, Mitchell Andrade, Sara Tavares e Vera Martins (alunos estagiários do Curso Profissional de Artes do Espetáculo do Colégio de S. Teotónio)
Desenho de Luz e Vídeo: Alexandre Mestre
Apoio ao movimento: Ana Madureira
Cenário e Figurinos: Filipa Malva
Direção Musical: Rui Lúcio
Grafismo: Unit.Lab, por Francisco Pires e Marisa Leiria
Cabeleireiro: Carlos Gago (Ilídio Design)
Fotografia: Carlos Gomes
Construção de Cenário: José Baltazar
Costureira: Fernanda Tomás
Direção de Produção: Cátia Oliveira
Produção Executiva: Nuno Carvalho
Direção Técnica: João Castro Gomes
Equipa Técnica: Alexandre Mestre, João Castro Gomes e Rui Capitão
Equipa Jardim Botânico: Aurora Moreira, Catarina Schreck Reis, Liliana Gonçalves e Paulo Trincão
Coprodução: O Teatrão e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra 2014
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Das palavras aos atos
SANGUE NA GUELRA começa com o escritor e dramaturgo Fernando Giestas a ler uma inscrição numa igreja francesa (“os muros da separação não chegam ao céu”). Inspirado por essas palavras, Giestas escreve, em 2011, um texto que se tornou a base dramatúrgica com que os atores Rafaela Santos e Graeme Pulleyn trabalharam, sob o olhar e a sabedoria de um dos mais consagrados criadores a encenar em Portugal – Rogério de Carvalho. Todos juntos, começaram por construir um muro imaginado, depois criou-se uma mulher e um homem que fossem nós, um lugar que fosse muitos, um tempo que fosse todos, uma guerra que fosse qualquer uma (com ou sem balas). Um mundo, portanto, que é o deles e o nosso, de Portugal. Um mundo onde, com diferentes guerras mais ou menos imaginárias, homens e mulheres são colocados em contextos difíceis para a condição humana.
SANGUE NA GUELRA (Teatro)
De Fernando Giestas | Encenação: Rogério de Carvalho
Coprodução Amarelo Silvestre e Teatro Viriato
Sala Grande | 21 NOV | sexta | 21h30 | M12
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terça-feira, 11 de novembro de 2014
Sonhos e paixões de um homem comum
O que é um "homem comum"? Diríamos: um homem igual a tantos outros, ou melhor, um homem em cuja alma pulsam todas as paixões, injustiças, alegrias e frustrações que fazem de nós humanos, mesmo que na maior parte do tempo elas estejam contidas, submetidas às regras rígidas da sociedade.
Foi a pensar num desses homens - em todos os homens, portanto - que Patrick Süskind escreveu, em 1981, o divertido O CONTRABAIXO, partindo da visão de que "o mundo todo é uma orquestra e todos nós, homens e mulheres, somos meros músicos que passamos a vida a tocar com maior ou menor talento, com maior ou menor sucesso, conforme os atributos e oportunidades que a natureza e a sociedade nos deram ou deixaram de dar." (Antonio Mercado)
O homem que encontramos neste texto, e de quem nunca chegamos a saber o nome, é então um contrabaixista, um desses seres sem rosto que estão lá ao fundo da orquestra e que vivem anonimamente ao nosso lado, no meio da multidão, nas nossas ruas e tascas, nas paragens de autocarro e nas filas de supermercado. É sobre este homem que Patrick Süskind coloca a lupa do teatro, revelando-nos com ternura, furor e humor sarcástico, alguém que, como todos nós, vive paixões avassaladoras, mas inconfessadas, e que nos levam tanto ao sublime, quanto ao ridículo. Um homem cuja fúria contida nos confronta, afinal, com uma inquietação: entre o sonhar e o fazer, o que conseguimos realmente concretizar na nossa vida?
O CONTRABAIXO (Teatro)
De Patrick Süskind | Encenação: Antonio Mercado | Com António Fonseca
Coprodução O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra
Sala Grande | 15, 16, 23 e 29 novembro | 6, 7, 13 e 14 dezembro | sábado às 21h30 | domingo às 17h | M12
©Carlos Gomes |
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domingo, 9 de novembro de 2014
O Portugal de Valter Hugo Mãe
Eis que chega a Coimbra a adaptação que o Trigo Limpo – Teatro ACERT construiu a partir do romance “A máquina de fazer espanhóis”, a aclamada e premiada obra de Valter Hugo Mãe, um dos mais destacados escritores portugueses da atualidade. No livro, V. Hugo Mãe coloca-nos de forma emotiva num Portugal envelhecido e confronta-nos com uma realidade cada vez mais premente e dolorosa, também.
Foi com esta aventura de final de vida que o grupo de Tondela se quis encontrar e assim surge O FASCISMO DOS BONS HOMENS, título aliás “roubado” ao primeiro capítulo do romance.
Este é, pois, um espetáculo que se constrói como a vida, isto é, entre o cómico e o trágico e que conta a história de António Silva, personagem central e narrador do romance de V. Hugo Mãe. Conduzidos pelo Lar “A Feliz Idade”, chegamos a um universo onde, como no mundo do “faz-de-conta”, idades e comportamentos se confundem (“de velho se torna a menino”, diz o povo), mas cujas personagens não abdicam de refletir sobre as suas lembranças. Como diz uma das personagens, Cristiano Silva, “Quem fomos há-de sempre estar contido em quem somos, por mais que mudemos ou aprendamos coisas novas”.
Para além da sessão para público geral, às 21h30, haverá também uma sessão para grupos escolares às 15h.
O FASCISMO DOS BONS HOMENS
a partir de "A máquina de fazer espanhóis", de Valter Hugo Mãe
Trigo Limpo teatro ACERT | Encenação de Pompeu José
Sala Grande | 12 NOV | quarta | 15h e 21h30 | M12
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quinta-feira, 6 de novembro de 2014
CONTA-ME COMO É: últimas apresentações!
A curta temporada de CONTA-ME COMO É termina neste fim de semana! Na quinta-feira, dia 6 de novembro, será apresentada a última sessão em versão "reduzida" e, de sexta-feira a domingo, o espetáculo já conta com a participação da Classe T - Grupo de Teatro Amador d'O Teatrão. Na sexta, dia 7, há ainda um motivo extra para vir até à OMT: logo a seguir ao espetáculo, há jam session animada pelos alunos de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra. Esperamos por vós!
CONTA-ME COMO É (Teatro)
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro
O Teatrão | Encenação de Jorge Louraço Figueira
Sala Grande | 31 de outubro a 9 de novembro | segunda a sexta | 21h30 | sábado e domingo | 19h | M12 | Entrada: entre €4 e €10 (descontos aplicáveis na compra de bilhete do Programa TEATRO-OUTONO)
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
"Lemos, ouvimos, lemos" e... reinventamos
Portugal entra-nos todos os dias pelas nossas casas, pelos nossos olhos, pelos nossos ouvidos. Ligamos a TV, a rádio, os smartphones, lemos os jornais e aí está o nosso país - ou pelo menos aquele que a comunicação social nos faz crer que é "o" país real. Mas depois saímos de casa e Portugal também é esse país de gente anónima que anda pelas ruas, que vive um quotidiano tão verdadeiro quanto o outro, mas que não aparece nas "gordas" dos jornais. Gente que tem dentro de si o seu Portugal ou a sua visão, íntima e "não oficial", de Portugal.
CONTA-ME COMO É nasce na sequência de um convite a três premiados dramaturgos portugueses para escreverem sobre o Portugal de cada um deles. Da pena de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro, surge assim um conjunto de peças curtas, espécie de vinhetas do Portugal contemporâneo, e que são três retratos muito pessoais - e surreais quanto baste - da realidade portuguesa, três visões particulares que os três dramaturgos desenvolveram ao longo de um ano e meio de trabalho. É com base nestas três visões particulares da realidade portuguesa que O Teatrão fabrica uma versão própria do país real e com as quais se tentam recriar as formas de comunicação da imprensa, da rádio e da TV, que passam aos cidadãos uma versão oficial do país, formas de comunicação que neste espetáculo são passadas através do filtro poderoso do teatro.
CONTA-ME COMO É estreou na OMT por ocasião dos quarenta anos do 25 de abril e regressa agora para dez sessões seguidas, com cenário e cenas renovados, mas continuando os atores a assumir a missão de contar tudo, como se estivessem entre amigos íntimos, num descontraído piquenique - e é esta a teatralidade específica desta obra/experiência teatral que nos desafia a falar de nós, de todos nós, e de hoje, deste Portugal de 2014.
A reposição de CONTA-ME COMO É na OMT tem ainda a particularidade de oferecer ao público duas versões de si mesmo, pois de sexta a domingo o espetáculo conta com a participação da Classe T - Grupo de Teatro Amador d'O Teatrão.
CONTA-ME COMO É (Teatro)
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro
O Teatrão | Encenação de Jorge Louraço Figueira
Sala Grande | 31 de outubro a 9 de novembro | segunda a sexta | 21h30 | sábado e domingo | 19h | M12 Entrada: entre €4 e €10 (descontos aplicáveis na compra de bilhete do Programa TEATRO-OUTONO)
©Carlos Gomes |
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Oficina de Teatro
AÇÃO DE FORMAÇÃO "24-1 - OFICINA DE TEATRO"
Duração: 25 horas presenciais
Calendário previsto: 4 (18h30-20h30), 8 (9h-13h), 11 (18h30-22h30), 15 (9h-13h), 18 (18h30-21h30), 22 (9h-13h) e 29 (9h-13h) de Novembro
Local: Oficina Municipal do Teatro
Destinatários: Docentes de Educação Pré-Escolar, do Ensino Básico, Secundário e Educação Especial
Inscrições: entre 21 e 30 de outubro de 2014
Informações e inscrições nas páginas eletrónicas do CFAE e do Centro de Formação Minerva.
O Teatrão integra o programa de formação “Oficina de Teatro” promovido pela Equipa de Educação Artística do Ministério da Educação e Ciência e que é acreditado pelo Conselho Cientifico-Pedagógico da Formação Contínua, tendo efeitos na progressão da carreira de Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial.
Esta formação é uma iniciativa da Direção-Geral da Educação (DGE), que tem a decorrer há quatro anos o Programa de Educação Estética e Artística em Contexto Escolar (PEEA). O PEEA pretende desenvolver um conjunto de estratégias destinadas a aprofundar o conhecimento nos domínios das diferentes formas de arte, bem como o conhecimento das instituições culturais, proporcionando o alargamento dos hábitos de cultura entre a população escolar. No âmbito do PEEA, a DGE desenvolve, no quadro de um protocolo com a Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI), um projeto na área do teatro infantil e juvenil que enfatiza a ligação dos públicos escolares com as Companhias de Teatro Portuguesas e a formação de docentes. São objetivos desta formação a valorização do teatro como forma de arte; a promoção do contacto direto com um conjunto de práticas teatrais; o incentivo a um contacto mais próximo com os públicos escolares, articulando a relação entre a Educação e a Cultura; o conhecimento de diferentes correntes dramatúrgicas portuguesas, clássicas e contemporâneas; e a valorização dos conteúdos curriculares de diferentes disciplinas nos vários níveis de ensino. Assim, têm sido levadas a efeito, a nível nacional, várias ações de formação de docentes e de técnicos dos serviços educativos das Companhias de Teatro, entre outros profissionais. No caso da presente Ação, a orientação das sessões está a cargo da equipa técnica e artística d'O Teatrão, coordenada por Jaime Soares, da Equipa de Educação Artística - Teatro, da DGE, e conta ainda com a parceria com o Centro de Formação Nova-Ágora e o Centro de Formação Minerva.
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quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Ser o número um
David Mamet trabalhou numa agência imobiliária nos anos 60. Vinte anos mais tarde, nos chamados “anos dourados” de Reagan, escreveu NEGÓCIO FECHADO (no original, Glengarry Glen Ross), peça que lhe valeu o Pulitzer em 1984. Inspirada no mundo impiedoso dos agentes imobiliários que Mamet observou a digladiarem-se por prémios de produtividade – à custa dos seus colegas, inevitavelmente –, NEGÓCIO FECHADO é uma crítica à sociedade americana sua contemporânea. Mas aquele que é considerado um dos maiores dramaturgos norte-americanos de todos os tempos soube transcender as idiossincrasias dos vendilhões de Chicago, escrevendo uma obra que assenta bem a qualquer tempo, língua ou lugar. Nesta versão, em que a Chicago de Mamet se transforma em Almada, “os segundos são os primeiros dos últimos” – mostrando ser universal a desilusão escondida no reverso da medalha do Sonho Americano, que foi também, nos anos 90, o pequeno Sonho Português.
Estreado com grande sucesso em 2013 e reposto em 2014, esta comédia da Companhia de Teatro de Almada vem agora a Coimbra, numa parceria com O Teatrão que se inicia com a apresentação, em Almada, de duas peças d'O Teatrão ("Um Grito Parado no Ar" e "Conta-me Como É"). NEGÓCIO FECHADO conta com um elenco oito atores, entre os quais Pedro Lima e Marques D'Arede, que o público conhece bem pelas suas participações em séries televisivas.
David Mamet (n. 1947) monta os seus primeiros textos em Chicago e, a partir de 1975, no circuito off da Broadway: Perversidade sexual em Chicago (1974), Búfalo americano (1977) e Uma vida no teatro (1977). Mestre do diálogo, as suas peças breves mas densas assentam nas vidas das suas personagens, cuja solidão encontra eco na sociedade moderna. A linguagem de Mamet, um virtuoso construtor de enredos, distingue-se pelo ritmo quase musical, obtido através de pausas, de frases interrompidas e de um inconfundível jargão realista – simultaneamente violento e poético.
NEGÓCIO FECHADO (Teatro)
De David Mamet | Encenação: Rodrigo Francisco
Companhia de Teatro de Almada
Sala Grande | 25 OUT | sábado | 21h30 | M12 | Entrada: entre €4 e €10 (descontos aplicáveis a quem comprar o bilhete do Programa TEATRO-OUTONO) | Lotação limitada!
©Rui Carlos Mateus |
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Música da cidade
O bom jazz não tem dia ou hora para se ouvir, já se sabe. No entanto, o "swing" e o tom nostálgico de muitas das suas composições parecem mesmo feitos para a estação outonal que já se instalou na cidade.
A pensar nisso, os alunos de Jazz do Conservatório de Coimbra escolheram um programa para o último Combo de 2014 que inclui temas que apetece ouvir ao vivo, em boa companhia e deixando o mau tempo lá fora. Temas escritos por alguns dos grandes nomes do Jazz: Pat Metheny ("New Year" e "Question and Answer"), Freddie Hubbard ("Blues for Miles" e "Jodo"), Rodgers/Hary ("My funny valentine") e Roy Hargrove ("Strasbourg St. Denis"). Além destes, serão também tocadas composições originais de um dos alunos do Conservatório - Tiago Batista -, assim se cumprindo um dos objetivos desta programação de Combos de Jazz: estimular os futuros professionais a criar e apresentar ao público o seu próprio trabalho. Tiago Batista (vibrafone) fará também parte do "ensemble" que se apresenta na próxima quinta-feira, 23 de outubro, na OMT, juntamente com Pedro Jerónimo (trompete), Joni Axel (contrabaixo) e Diogo Alexandre (bateria).
As temporadas de jazz organizadas em conjunto pel'O Teatrão e o Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra têm trazido à OMT combos de jazz e jam sessions apresentados por dezenas de jovens músicos que, ainda aprendizes, têm assim oportunidade de contactar com diversos públicos e desta forma dar passos fundamentais para a sua formação como futuros profissionais. Esta parceria, que tem enriquecido a oferta cultural e formativa de Coimbra, está igualmente a estender-se a outras áreas, com destaque para a coprodução e participação de alunos e professores do Conservatório na criação de espetáculos de teatro. É, por isso, uma parceria que estas duas instituições - vizinhas, por sinal - desejam aprofundar e que irá manter-se nos próximos tempos.
Combo de Jazz (Música)
Alunos do Conservatório de Música de Coimbra
Tabacaria | 23 de outubro | quinta-feira | 22h | Entrada: €3 (preço único)
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Um Outono cheio de teatro!
Entre 25 de outubro e 23 de dezembro, O Teatrão apresenta na OMT sete espetáculos de teatro dirigidos a públicos de todas as idades. Sete espetáculos que têm em comum o facto de partirem de textos e dramaturgia contemporânea nacional e estrangeira, incluindo autores consagrados, como David Mamet, Patrick Suskind, José Sanchis Sinisterra ou Valter Hugo Mãe. Textos vencedores de inúmeros prémios e textos escritos por dramaturgos portugueses para o teatro que se faz, hoje, em Portugal, a que se junta uma grande amplitude de temas, são demonstração da pluralidade de espetáculos que o público de Coimbra poderá ver. Além disso, a maioria destas propostas tem origem em Companhias da Região Centro, pondo à vista a diversidade e vitalidade da criação artística neste território.
Como forma de celebrar a riqueza e originalidade deste trabalho teatral, e porque todo ele merece ser visto, O Teatrão estabeleceu para esta programação de outono um preçário especial! Quem comprar cinco bilhetes poderá assistir aos sete espetáculos e quem comprar três bilhetes poderá assistir a cinco espetáculos, à escolha. Os bilhetes para o Programa TEATRO-OUTONO já estão à venda - aproveite!
Programa TEATRO-OUTONO
NEGÓCIO FECHADO
De David Mamet | Encenação: Rodrigo Francisco
Companhia de Teatro de Almada
Sala Grande | 25 OUT | sábado | 21h30 | M12
CONTA-ME COMO É
De Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro | Encenação: Jorge Louraço Figueira
O Teatrão
Sala Grande | 31 outubro a 9 novembro | segunda a sexta | 21h30 | sábado e domingo | 19h | M12
O CONTRABAIXO
De Patrick Süskind | Encenação: Antonio Mercado | Com António Fonseca
Coprodução O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra
Tabacaria | 8, 15, 22 e 29 novembro | sábado | 22h | M12
O FASCISMO DOS BONS HOMENS
a partir de "A máquina de fazer espanhóis" de Valter Hugo Mãe
ACERT | Encenação: Pompeu José
Sala Grande | 12 NOV | quarta | 21h30 | M12
SANGUE NA GUELRA
De Fernando Giestas | Encenação: Rogério de Carvalho
Coprodução Amarelo Silvestre e Teatro Viriato
Sala Grande | 21 NOV | sexta | 21h30 | M12
TEMPUS
Direção: Cláudia Carvalho e Jonathan Azevedo
O Teatrão
O Teatrão
Sala de Ensaios | 27 NOV a 23 DEZ | segunda a sexta | 10h30 e 14h30 (sessões para escolas) | sábado | 17h (sessões para público geral) | M3
EU + 1
a partir de textos de José Sanchis Sinisterra
Classe T – Grupo de Teatro Amador d’O Teatrão | Direção: Sílvio Carvalho
Sala Grande | 18 a 20 DEZ | quinta e sexta | 21h30 | sábado | 17h | M12
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Programa TEATRO-OUTONO,
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segunda-feira, 13 de outubro de 2014
O Portugal de hoje em dois atos
Esta semana, em Almada, dois pontos de vista poéticos e bem humorados sobre o que é viver, hoje, em Portugal. Um, com texto brasileiro de 1973, fala-nos de sonhos em tempos difíceis e das voltas que as pessoas dão à vida para os poderem concretizar. Outro, com textos de três dramaturgos portugueses de agora, fabrica uma versão própria do país real com personagens que tentam lidar com um quotidiano surreal.
UM GRITO PARADO NO AR, escrito por Gianfrancesco Guarnieri em 1973, foi um dos textos que mais comoveu o Brasil nos tempos de resistência e que agora, adaptado à nossa realidade, onde o samba de Toquinho se transforma em fado, nos mostra as voltas que as pessoas dão à vida para poderem ter ou manter o seu trabalho e concretizar os seus sonhos. Sonhos em tempos difíceis, mas sonhos dos quais as personagens não podem abrir mão, embora corram o risco de serem engolidos pela realidade vertiginosa do quotidiano. Esta é, ao mesmo tempo, a peça mais alegre e lúdica de Guarnieri: uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio.
CONTA-ME COMO É, que O Teatrão estreou este ano por ocasião do 25 de abril, é um conjunto de peças curtas, autênticos pedaços do Portugal contemporâneo surgidos da pena de três premiados dramaturgos e com os quais O Teatrão fabrica uma versão própria do país real. Com base nestas três visões particulares da realidade portuguesa, tentam recriar-se as formas de comunicação da imprensa, da rádio e da TV, que passam aos cidadãos uma versão oficial do país, formas de comunicação que neste espetáculo são passadas através do filtro poderoso do teatro. Este espetáculo será também reposto em Coimbra, na Oficina Municipal do Teatro, entre 31 de outubro e 9 de novembro.
Entretanto, a própria Companhia de Teatro de Almada, que acolhe estes dois espetáculos, visita pela primeira vez a OMT e logo com NEGÓCIO FECHADO, um poderoso texto escrito por um dos mais aclamados dramaturgos da atualidade, David Mamet, e vencedor do Prémio Pulitzer (1984).
O TEATRÃO no Teatro Municipal Joaquim Benite (Almada):
UM GRITO PARADO NO AR
de Gianfrancesco Guarnieri
Direção: Antonio Mercado | 17 OUT | sexta | 21h30 | M16
CONTA-ME COMO É
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro
Encenação: Jorge Louraço Figueira | 19 OUT | domingo | 16h | M12
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Teatro e Música à desgarrada!
Hoje, na Oficina Municipal do Teatro, há dose dupla de folia. Às 21h30, na Sala Grande, entra em cena o À DIREITA DE DEUS PAI, Uma Desgarrada em Dois Atos. Logo a seguir, às 23h e na Tabacaria, é a vez de os alunos de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra entrarem em modo de improviso para mais uma Jam Session.
À DIREITA DE DEUS PAI, Uma Desgarrada em Dois Atos (Teatro)
a partir da obra de Tomás Carrasquilla
Uma produção O Teatrão e Trincheira Teatro, no âmbito da incubadora artística Plataforma T2
Sala Grande | 8 a 12 OUT | 4ª a sáb | 21h30 | dom | 17h e 21h30 | M12
JAM SESSION (Música)
Alunos do Curso Professional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra
Tabacaria | 10 OUT | sexta | 23h | Entrada livre
Tabacaria | 10 OUT | sexta | 23h | Entrada livre
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Uma "Trincheira" de folia
Jesus e São Pedro descem à terra e disfarçam-se de peregrinos para
poderem testar a caridade de Peralta, camponês que, mesmo não tendo um
tostão, tem coração para dar e vender. Habituado a partilhar tudo o que
tem com os seus próximos, o honesto Peralta supera a prova celestial com
distinção e vê-se premiado com um monte de patacas de ouro e cinco
desejos à sua escolha. No entanto, os seus pedidos são tão estrambólicos
que vêm abalar a ordem natural das coisas, e até a Morte e o próprio
Diabo vêm dar um ar da sua graça nesta comédia cheia de peripécias.
À DIREITA DE DEUS PAI, Uma Desgarrada em Dois Atos (Teatro)
a partir da obra de Tomás Carrasquilla
Uma produção O Teatrão e Trincheira Teatro, no âmbito da incubadora artística Plataforma T2
Sala Grande | 8 a 12 OUT | 4ª a sáb | 21h30 | dom | 17h e 21h30 | M12
À DIREITA DE DEUS PAI é um projeto teatral que nasce no âmbito da Plataforma T2, uma incubadora para jovens licenciados e profissionais de teatro que O Teatrão gerou com o intuito de apoiar novos criadores, de os pôr no terreno a aplicar conhecimentos adquiridos e, ao mesmo tempo, a ser agentes de transformação da própria criação artística e da relação das populações com o teatro. A PT2 é também uma forma de O Teatrão colocar os seus meios e conhecimentos à disposição de outros olhares e sensibilidades e que daqui surjam novas relações, propostas, trabalhos e… sonhos.
Estreia agora este espetáculo criado por uma nova estrutura, a Trincheira Teatro, constituída por jovens atores cujo sonho do teatro faz avivar uma voz pessoal interior que, maldita ou bendita, não os deixa desistir da sua arte. Um grupo que quer celebrar um teatro aberto e fervilhante, que busca essa maneira de trabalhar paredes meias com o outro, em prol de um mesmo objetivo comum: juntar gente.
Este movimento agregador tem ainda uma outra – e determinante – dimensão, pois faz integrar no espetáculo cinco jovens estudantes de teatro, futuros companheiros que podem, com esta experiência, começar a desenhar o seu próprio caminho. Com eles, são catorze alegres comparsas em cena.
E assim surge À DIREITA DE DEUS PAI, cujo protagonista, o raro e generoso camponês Peralta, sonha com uma vida melhor para si e para os que o rodeiam e que um dia se vê recompensado por Jesus e São Pedro com cinco desejos à sua escolha. Entre Deus e o Diabo, rock e música popular, bailes de aldeia, "mariachis", esquimós e patacas milagrosas, até onde chegará Peralta?
O espetáculo, baseado no conto escrito em 1908 pelo colombiano Tomás Carrasquilla Naranjo, é, por tudo isto, construído em jeito de desgarrada, cheia de jogos corais e canções. Uma desgarrada jogada à maneira da antiga comédia latina, onde o profano e o sagrado se misturam sem dó nem pudor e se brinca incessantemente com o universo referencial do público. A fábula – a história de Peralta – é a linha que une essa manta de retalhos coletivos, comuns tanto à plateia como aos atores. Uns, como outros, têm aqui oportunidade para se deixar envolver pelo espírito de folia, diversão e energia com que este espetáculo é feito.
Fotografia de ensaio: ©Carlos Gomes |
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Título: À Direita de Deus Pai, uma desgarrada em dois atos | Dramaturgia: do grupo, a partir de Tomás Carrasquilla Naranjo | Com: Celso Pedro, Diogo Binnema, Filipe de Góis, Marta Nogueira, Miguel Lança, Natália Cardoso, Pedro Lamas, Telmo Ferreira e Vânia Fernandes | Elenco Convidado: Carolina Carvalhais, Daniela Cardoso, João Amorim, João Alves, Rafael Cid | Consultoria Artística: O Teatrão - Plataforma T2 | Direção: Pedro Lamas | Desenho de Luz: Jonathan de Azevedo | Consultoria de Cenografia e Figurinos: Filipa Malva | Guarda Roupa: Marta Nogueira e Trincheira Teatro | Apoio à construção de cenário: Diogo Pinho e Teatro em Caixa | Apoio Musical: Nuno Gomes | Grafismo: Unit.Lab | Fotografia: Carlos Gomes | Vídeo: Tiago Campos | Produção Executiva: Celso Pedro e Trincheira Teatro | Comunicação: Ana Bárbara Queirós, Inês Mourão, Margarida Sousa e Pedro Lamas | Apoio à divulgação on-line: Creativus ADDAC, Crl | Direção Técnica: João Castro Gomes | Equipa Técnica: Alexandre Mestre, Rui Capitão e João Castro Gomes | Apoio Técnico e Logístico: O Teatrão | Direção de Produção: Cátia Oliveira | Produção: Plataforma T2 - O Teatrão 2014
Entidades parceiras: Creativus ADDAC, Crl | Sótão do Vizinho
Duração: aprox. 75 min
Labels:
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teatro,
Trincheira Teatro
sábado, 4 de outubro de 2014
A brincar com Shakespeare
TO PLAY: atuar, interpretar, jogar, brincar… Tudo o que se pode – e deve! – fazer com as peças escritas pelo mais genial de todos os dramaturgos. Neste ano em que o mundo celebra os 450 anos do nascimento de Shakespeare, O Teatrão convida-vos para uma fascinante aventura: atuar, interpretar, jogar e brincar com cenas de três das suas peças mais famosas (Romeu e Julieta, Sonho de uma Noite de Verão e A Fera Amansada).
No final, a 28 de fevereiro, haverá uma apresentação aberta ao público.
A Oficina está a cargo do encenador e professor ANTONIO MERCADO, com larga experiência em encenações shakespearianas, incluindo na Royal Shakespeare Company.
OFICINA "PLAYING SHAKESPEARE"
Orientação: Antonio Mercado
18 OUT a 28 FEV | sábado | 14h30-18h30
Inscrição: €10 | Mensalidade: €40
Destinatários: Jovens estudantes de teatro, amantes de teatro, público em geral
Inscrições até 10 OUT | Formação limitada a 20 participantes | M16
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
De barco aparelhado
Seguindo no rasto das terras unidas há 950 por D. Sesnando Davides, os dois episódios do espetáculo O ALVAZIL DE COIMBRA chegam esta semana a Penela (episódio 1), Miranda do Corvo (episódio 2) e Soure (episódio 1).
Para trás ficaram Verride, Pombal, Lousã, Coimbra e Figueira da Foz e cinco apresentações que juntaram, em cada localidade, grupos etnográficos e de teatro amador, bandas filarmónicas e cidadãos que quiseram participar nesta aventura, como que inspiradas pelo espírito unificador de D. Sesnando. Se no séc. XI foi a defesa de Coimbra contra os mouros que provocou a construção de castelos e muralhas e agregou toda esta região, hoje é o teatro que cumpre esse especial desígnio. D. Sesnando Davides é, para nós, símbolo de tolerância e de uma prosperidade económica baseada na conjugação de esforços e não na sua divisão. É assim também o teatro: um espaço onde gente diferente se une para construir uma obra que é de todos - os que a fazem e os que a ela assistem.
O ALVAZIL DE COIMBRA tem sido, por isso, uma viagem emocionante que nos tem permitido partilhar trabalho, histórias, memórias e até salas de teatro que esta região possui e que merecem ser recuperadas para receber aquilo que todos estes grupos e coletividades insistem em preservar: a sua cultura, a sua música, o seu teatro, o seu modo próprio de viver enquanto comunidades. A nossa esperança é que este encontro estimule a vontade de mais pessoas para se juntar e descobrir novas experiências de trabalho que possam, por sua vez, alargar-se às terras vizinhas.
Em Penela, Miranda do Corvo e Soure, o público poderá ainda ver, pela última vez, a Companhia dos Faunos do Rio, esse grupo de atores que consegue viajar pelo tempo e que, em 2014, vai até ao final do séc. XIX, um período vivido entre grande instabilidade económica e social, mas que trouxe igualmente enormes transformações. Também Os Faunos estão, portanto, em mudança. Está na hora de voltarem à sua "casa" (o Rio Mondego) e deixar para trás palavras, encontros, lágrimas e sorrisos, enfim, memórias que o teatro grava na pele de quem o vive e que são, por isso mesmo, imortais - tal como é D. Sesnando...
Encerra-se, portanto, este ciclo de espetáculos de rua que O Teatrão produziu desde 2011 na região do Baixo Mondego e que procurou estabelecer uma nova relação das populações com o teatro e com a sua própria terra, também. Acreditamos que algumas sementes terão ficado debaixo das pedras que todos pisámos e que outros projetos germinarão, se não em breve, pelo menos daqui a 950 anos! É que, como bem escreveu Torga, "(...) Em qualquer aventura / O que importa é o partir, não o chegar."
Em Penela, o espetáculo será apresentado na sexta, dia 3 de outubro, às 21h, no Castelo (ou no Pavilhão Multiusos de Penela, caso chova), em Miranda do Corvo a sessão decorre no sábado, às 17h30, no Alto do Calvário (ou na Casa das Artes, se chover) e no domingo, 5 de outubro, será em Soure, às 17h30, em frente à Câmara Municipal (ou na Casa do Povo de Vila Nova de Anços, se chover).
A entrada nos espetáculos é livre.
O ALVAZIL DE COIMBRA (TEATRO DE RUA)
O Teatrão | Comemorações dos 950 anos do governo de D. Sesnando - Rede de Castelos e Muralhas do
Mondego | Entrada livre, sujeita aos lugares disponíveis
Episódio 1: Castelo de Penela (ou Pavilhão Multiusos, caso chova) | 3 out | sex | 21h | Paços do Concelho de Soure (ou Casa do Povo de Vila Nova de Anços, caso chova) | 5 out | sáb | 17h30
Episódio 2:
Alto do Calvário (Miranda do Corvo) (ou Casa das Artes, se chover) | 4 out | sáb 17h30
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Joaquim Benite, uma geração depois
Companhia de Teatro de Almada 1978 x Companhia de Teatro de Almada 2014 (Conversa)
No âmbito do programa Raukoon do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) para as LINHAS CRUZADAS
Tabacaria | 30 SET | terça | 17h | Entrada livre
O CAPC lançou aos parceiros LINHAS CRUZADAS o desafio de conceber a programação RAUKOON, inspirada no encontro histórico que Robert Rauschenberg e Willem De Kooning tiveram em 1953, onde o primeiro, autor emergente e grande admirador da obra de De Kooning apaga um seu desenho, devidamente autorizado pelo autor, que ali compreende um profundo ato criativo. Surge assim a proposta de estudar a relação entre mestres x discípulos, consagrados x emergentes e o diálogo criativo que daí decorre.
O Teatrão participa nesta programação com uma conversa entre Jorge Louraço Figueira e Rodrigo Francisco, diretor artístico da Companhia e do Festival de Teatro de Almada, encenador e dramaturgo, sobre o seu trabalho de continuidade e renovação deste icónico projeto teatral português fundado por Joaquim Benite.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Uma comédia feita de som, de paixão e de fúria
Um músico de orquestra, o seu contrabaixo e as múltiplas paixões que o consomem são os ingredientes que voltam a juntar Antonio Mercado e António Fonseca, depois de "Passagem", estreada em 2004 ainda no Museu dos Transportes. "O Contrabaixo" é um dos mais encenados textos de Süskind (autor também do best-seller "O Perfume") e nele se apresenta a "complexa relação de amor e ódio que o músico mantém com o seu instrumento de trabalho e que é dissecada por Süskind com um misto de ternura, furor e humor sarcástico" (A. Mercado). "O Contrabaixo" assinala também uma nova etapa na relação d'O Teatrão com o vizinho Conservatório, que, além de coprodutor e anfitrião da estreia, envolve professores seus na criação do espetáculo. A partir de novembro, será a Tabacaria da OMT a receber este monólogo que nos arrebata e que nos leva tanto ao riso e à ternura, quanto à beira do precipício.
O CONTRABAIXO (Teatro)
De Patrick Süskind | Encenação: Antonio Mercado | Com António Fonseca
Coprodução O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra
Conservatório de Música de Coimbra | 26 e 27 SET | 21h30 | 28 SET | 17h30 | M12
"Dizia Shakespeare que “o mundo todo é um palco, e todos os homens e mulheres são meros actores” ("As
You Like It", II, cena VII). Na visão de Patrick Süskind, o mundo todo é uma orquestra e todos nós, homens
e mulheres, somos meros músicos que passamos a vida a tocar com maior ou menor talento, com maior
ou menor sucesso, conforme os atributos e oportunidades que a natureza e a sociedade nos deram ou
deixaram de dar.
Na hierarquia social uns poucos têm o dom ou a sorte de serem maestros, outros serão solistas famosos,
outros ainda primeiros-violinos ou chefes de naipes, e por fim vem a imensa multidão dos “tuttistas”-
aqueles instrumentistas anónimos que nunca distinguimos no fosso da orquestra, mas que são indispen-sáveis para que a orquestra soe e a música exista. Ignorados pelo público, são eles os verdadeiros respon-sáveis pela massa orquestral que sustenta o brilho das estrelas.
O contrabaixista da peça de Süskind é um desses tuttistas sem nome e sem rosto no meio da multidão,
o homem comum das nossas ruas e tascas, das paragens de autocarro e das filas dos supermercados,
que leva às costas o fardo dos dias de trabalho árduo e traz oculto dentro de si um universo inquietante de
sonhos, de frustrações, de injustiças, de alegrias e paixões.
E é de paixão que fala esta peça: acima de tudo, a paixão pela música, que o personagem sente e com-preende como poucos, embora jamais tenha conseguido distinguir-se como intérprete. Passeia à vontade
pela história da música, pelos segredos de alcova dos grandes compositores, faz-nos ouvir e perceber o
íntimo de algumas grandes obras. A complexa relação de amor e ódio que mantém com o seu instrumen-to de trabalho, o contrabaixo, é dissecada por Süskind com um misto de ternura, furor e humor sarcástico.
Paixão também por uma jovem cantora de ópera, que leva o contrabaixisita anónimo à beira das acções
mais desatinadas e estapafúrdias. Mas quem de nós jamais sentiu a força de uma paixão avassaladora,
e pensou em assumir atitudes absurdas e ridículas - mas nunca teve a coragem de confessá-lo? Só o
teatro permite-nos extravasar essas paixões e rir das suas consequências.
Por fim, a fúria contida dos que são ignorados, desprezados, injustamente preteridos, relegados à massa
informe dos tuttistas, obrigados a executarem sempre a partitura da sua solidão e da sua submissão à
rigidez das hierarquias. Uma fúria pulsante que a qualquer momento pode explodir num improvável grito
de libertação."
Antonio Mercado
Dramaturgia e Direção: Antonio Mercado
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Interpretação: António Fonseca
Desenho de Luz: Alexandre Mestre
Apoio Musical: Rui Pereira (Conservatório de Música de Coimbra) e Romeu Santos
Sonoplastia: Rui Capitão
Design Gráfico: unitlab, por Francisco Pires e Marisa Leiria
Fotografia: Carlos Gomes
Produção Executiva: Nuno Carvalho
Direção de Produção: Cátia Oliveira
Direção Técnica: João Castro Gomes
Produção: O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra 2014
sábado, 20 de setembro de 2014
O ALVAZIL DE COIMBRA: alteração de datas e locais de apresentação
Devido à instabilidade atmosférica que se mantém, a sessão de dia 20 de setembro d'O ALVAZIL DE COIMBRA, em Soure, será apresentada a 5 de outubro.
Em Pombal, a 21 de setembro (domingo), o espetáculo será apresentado no Teatro-Cine, às 17h30. Acompanhem-nos!
O ALVAZIL DE COIMBRA (TEATRO DE RUA)
O Teatrão | Comemorações dos 950 anos do governo de D. Sesnando - Rede de Castelos e Muralhas do
Mondego | Entrada Livre, sujeita aos lugares disponíveis
Episódio 1:
Centro Cultural de Verride (Montemor-o-Velho) | 19 set | sex | 21h | Teatro-Cine de Pombal | 21 set | dom | 17h30 | Castelo de Penela | 3 out | sex | 21h | Parque dos Bacelos (Soure) | 5 out | sáb | 17h30
Episódio 2:
Cine-Teatro da Lousã | 26 set | sex | 21h | Oficina Municipal do Teatro (Coimbra) | 27 set | sáb | 15h30 | Teatro-Cine Grupo Caras Direitas (Buarcos - Figueira da Foz) | 28 set | dom | 15h30 | Alto do Calvário (Miranda do Corvo) | 4 out | sáb 17h30
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Estreia de O ALVAZIL DE COIMBRA: alteração de local de apresentação
Devido à instabilidade atmosférica, a sessão de dia 19 de setembro d'O ALVAZIL DE COIMBRA será apresentada no Centro Cultural de Verride, às 21h, e não no Castelo de Montemor-o-Velho, como inicialmente previsto.
A lotação do Centro Cultural de Verride é limitada e a entrada faz-se por ordem de chegada.
O ALVAZIL DE COIMBRA (TEATRO DE RUA)
O Teatrão | Comemorações dos 950 anos do governo de D. Sesnando - Rede de Castelos e Muralhas do Mondego | Entrada Livre, sujeita aos lugares disponíveis
Episódio 1:
Centro Cultural de Verride | 19 set | sex | 21h | Parque dos Bacelos (Soure) | 20 set | sáb | 17h30 | Castelo de Pombal | 21 set | dom | 17h30 | Castelo de Penela | 3 out | sex | 21h
Episódio 2:
Castelo da Lousã | 26 set | sex | 21h | Oficina Municipal do Teatro (Coimbra) | 27 set | sáb | 15h30 | Forte Buarcos (Fig. da Foz) | 28 set | dom | 15h30 | Alto do Calvário (Miranda do Corvo) | 4 out | sáb 17h30
Fotografia de ensaio (©Carlos Gomes) |
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Uma longa história...
Quando o fim se aproxima, já não restam imagens da recordação; só restam
palavras. Não é estranho que o tempo tenha confundido as que
certa vez me representaram com as que foram símbolos do destino
de quem me acompanhou por tantos séculos. Eu fui Homero; em breve, serei
Ninguém, como Ulisses; em breve serei todos: estarei morto.
JORGE LUÍS BORGES, in "O Imortal"
Corria o ano de 1989 quando ouvimos Francis Fukuyama declarar "o fim da História". Considerações político-ideológicas à parte, para quem trabalha em Teatro esta é uma afirmação que se reveste do manto diáfano... do absurdo. É que o Teatro é o local de infindáveis histórias - tão infindáveis quanto a Humanidade e a sua obra. Para nós, é claro que enquanto houver imaginação, desejos, sonhos, a ação do Homem não acaba. A História não acaba. Mas mesmo as histórias que acabam, não acabam mesmo: ficam as suas palavras, gestos, memória, "fragmentos de cartas, poemas / mentiras, retratos / vestígios de estranha civilização" (Chico Buarque, "Futuros Amantes"). Material que num possível futuro inspirará novas histórias.
Dentro d'O Teatrão, criámos nos últimos quatro anos uma vida paralela à outra, à real: é a história da Companhia dos Faunos do Rio, surgida em 2011 como companhia "alter ego" d'O Teatrão, uma espécie de companhia fantasma que viaja através dos tempos para mais facilmente nos ligar à contemporaneidade. Acompanhados de centenas de participantes e de milhares de espectadores, começaram por ir até à Coimbra medieval de 1111; em 2012 deram um pulinho a um Castelo de Montemor-o-Velho tomado pelas palavras renascentistas de Shakespeare; e, em 2013, passearam por ruínas de Coimbra, Verride e Figueira da Foz lembrando espíritos do século XX que por ali andaram.
Depois de tantas viagens por séculos de História e de Teatro, encontramos agora os Faunos em aparente fase de mudança. O presente está ligeiramente pantanoso e o futuro apresenta-se nebuloso, um pouco à semelhança do País e da Europa: uma séria crise económica e financeira, de âmbito internacional, repercute-se em Portugal como possivelmente nenhuma até hoje, sendo agravada pelo ambiente de pessimismo e de profunda descrença nos governantes e nos modos de governar. A falência de alguns bancos; o aumento da dívida pública; a contração nos investimentos; a depreciação da moeda; o aumento da emigração; o divórcio entre a política e as gerações mais jovens; a agitação das ruas e a momentânea instabilidade governativa, implicam um longo ciclo depressivo, que persiste durante quase toda a década de... 1890! Se a isto acrescentarmos a humilhação a que ingleses (mas também alemães e franceses) sujeitaram Portugal com o Ultimato de 1890, percebemos que qualquer semelhança entre o Portugal de então e o de 2014 não é mera coincidência... É a História a acontecer, a repetir-se e a lembrar-nos que nunca nada é definitivo. Ao mesmo tempo, como hoje, aquela foi uma época de extraordinárias inovações, de liberdade, criatividade e de grandes mudanças. E de comemorações! No último quartel do séc. XIX muito se comemorou: o tricentenário da morte de Camões (10 de junho de 1880), os centenários do Marquês de Pombal (1882), do Infante D. Henrique (1894), do Santo António (1895), do descobrimento do caminho marítimo para a Índia (1898) e do achamento do Brasil (1900), fazendo-nos ver que o afã comemorativo já vem de longe... Pareceu-nos, pois, que para falar do que se passa nos nossos dias, deveríamos desta vez colocar os Faunos a viver neste período tão especial, imaginando que à comemoração destes ilustres se juntara a celebração da memória de D. Sesnando. Quem?! D. Sesnando, o imortal edificador das ruínas, aliás, da linha defensiva do Mondego.
Tal como no país de outrora e de agora, a Companhia está num impasse, mas, tentando sobreviver como pode e sabe, não deixa de questionar que caminho seguir. A mudança, essa, é certa e o fim de ciclo também - mas não da História! O Teatrão decide encerrar em 2014 as aventuras deste grupo de seres, meio humanos, meio animais, e fazê-los regressar ao seu lugar: um lugar intangível e imortal, sem limites ou fronteiras espácio-temporais, reservado aos semi-deuses que andam há séculos a deixar palavras e memórias que vampiriscamente outros de nós andam há séculos a ressuscitar. E por isso acreditamos que mesmo que a história dos Faunos do Rio acabe, permanecerá deles um rasto, que, algures no futuro, as águas do Mondego trarão ao de cima, para que a História recomece. Que os Faunos se despeçam do público com um espetáculo que também pretende, 950 anos depois, recuperar a figura e importância de D. Sesnando, é a prova de que há mesmo histórias que não têm fim...
O ALVAZIL DE COIMBRA (Teatro de Rua)
O Teatrão | Comemorações dos 950 anos do governo de D. Sesnando - Rede de Castelos e Muralhas do Mondego, no âmbito do programa mais Centro (QREN) | Entrada Livre, sujeita aos lugares disponíveis
Episódio 1: Castelo de Montemor-o-Velho | 19 SET | sexta | 21h | Parque dos Bacelos (Soure) | 20 SET | sábado | 17h30 | Castelo de Pombal | 21 SET | domingo | 17h30 | Castelo de Penela | 3 OUT | sexta | 21h
Episódio 1: Castelo de Montemor-o-Velho | 19 SET | sexta | 21h | Parque dos Bacelos (Soure) | 20 SET | sábado | 17h30 | Castelo de Pombal | 21 SET | domingo | 17h30 | Castelo de Penela | 3 OUT | sexta | 21h
Episódio 2: Castelo da Lousã | 26 SET | sexta | 21h | Praça 8 de Maio (Coimbra) | 27 SET | sábado | 15h30 | Forte Buarcos (Figueira da Foz) | 28 SET | domingo | 15h30 | Alto do Calvário (Miranda do Corvo) | 4 OUT | sábado | 17h30
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Gerações em confronto
RauKoon | Rauschenberg x De Kooning
UM COMBATE GERACIONAL
6 a 30 SET | Coimbra
Em 1953, o jovem artista Robert Rauschenberg propôs a Willem De Kooning, então um dos mais consagrados artistas, um estranho desafio: que de Kooning lhe cedesse um desenho para Rauschenberg o apagar. Erased de Kooning Drawing confirma por antecipação o que veio a ser grande parte da história do século XX, e mostra como um dos tropos mais importantes da história da arte no século XX é o de "destruição" ou "apagamento" ou "rasura".
RauKoon, o desafio lançado pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) à plataforma LINHAS CRUZADAS, propõe-se convidar artistas emergentes a eleger um autor consagrado para que estabeleçam um diálogo criativo que se traduzirá numa exposição, num concerto, numa conversa, numa ação a dois. No caso d'O Teatrão, propõe-se o confronto entre o trabalho de Joaquim Benite, que fundou a Companhia de Teatro de Almada em 1978, e o de Rodrigo Francisco, que, após a morte do fundador, tomou em mãos o trabalho de continuidade e renovação deste icónico projeto teatral português..
LINHAS CRUZADAS é um projecto que une quatro associações culturais de Coimbra – O Teatrão, Jazz ao Centro Clube (JACC), Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) e Casa da Esquina, procurando fomentar cruzamentos entre as atividades das quatro entidades e, através da articulação, cooperação e troca artística, oferecer ao público de Coimbra um novo espaço de criação, experimentação e fruição das artes.
PROGRAMA
CONCERTO
Luís Figueiredo: Erasing Monk
18 SET | 22h | Salão Brazil
CONVERSA
Al Berto, O Último Habitante
19 SET | 21h30 | Casa da Esquina
CONVERSA
Joaquim Benite por Rodrigo Francisco
Companhia de Teatro de Almada: 1978 x 2014
30 SET | 17h | Tabacaria OMT
EXPOSIÇÃO
Pedro Vaz x João Queiroz
06 a 27 SET | terça a sábado das 14h às 18h | CAPC Sede
06 a 27 SET | terça a sábado das 14h às 18h | CAPC Sede
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Linhas Cruzadas,
música,
RauKoon
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Novos Tempos
A celebração dos 20 anos d'O Teatrão confrontou-nos com um balanço que, em vez de nos transportar para o passado, permitiu perceber transformações que estavam latentes e que se começam aos poucos a revelar. O trabalho desenvolvido nos últimos anos, as ideias, parcerias, encontros, os novos projetos - tudo o que tem assinalado a ação da nossa companhia - marcam esta programação, que pretendemos que seja, ela própria, expressão de uma mudança de ciclo que acreditamos estar a chegar.
Prova disso são as quatro estreias agendadas: O Teatrão e o Conservatório de Música de Coimbra dão um passo em frente na sua parceria e coproduzem O CONTRABAIXO, texto de Patrick Süskind encenado por Antonio Mercado e protagonizado por António Fonseca; os Faunos do Rio regressam para a sua mais recente - e quem sabe a última... - aventura, agora às voltas com D. Sesnando, O ALVAZIL DE COIMBRA; a primeira produção feita no âmbito da Plataforma T2, À DIREITA DE DEUS PAI, junta jovens atores que veem aqui oportunidade de lançar um novo projeto; e porque é de ciclos que acabam e de ciclos que começam que estamos a tratar, os mais pequeninos podem ver, no final do ano, TEMPUS, uma criação que dedicamos às quatro estações de ano e que, pela primeira vez, dirigimos a crianças a partir dos 3 anos e suas famílias.
Novos tempos se aproximam igualmente do nosso Projeto Pedagógico, cuja Turma de Adultos se transforma em CLASSE T – Grupo de Teatro Amador d’O Teatrão e se aventura a fazer, em dezembro, EU+1, prova de que a participação em criações anteriores d'O Teatrão lhes despertou a vontade de explorar novos caminhos. Exemplo de uma dessas criações é o CONTA-ME COMO É, espetáculo que parte do país real e que estreámos em abril, voltando agora para uma curta temporada. Ainda em outubro e novembro, uma recente parceria com a Companhia de Teatro de Almada permite-nos receber NEGÓCIO FECHADO, de David Mamet; da ACERT acolhemos O FASCISMO DOS BONS HOMENS, e da Associação Amarelo Silvestre (um novo projeto profissional da região centro), temos SANGUE NA GUELRA, encenado pelo reconhecido Rogério de Carvalho. Mantêm-se o Jazz e o Projeto Pedagógico, mas com muitas novidades: uma Oficina de Shakespeare, uma ação de formação de Teatro para Professores e um programa de férias de Natal que andará pela cidade. Fora da OMT, a PLATAFORMA MONDEGO arranca com uma programação que chega a várias salas da nossa Região.
Uma programação que aposta em novos criadores e projetos, ao mesmo tempo que baixa o pano sobre alguns outros trabalhos, é o que lhe propomos para os últimos meses de 2014. Não perca nenhum deles e acompanhe-nos onde estivermos!
Para mais informações, consulte o sítio d'O Teatrão.
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segunda-feira, 18 de agosto de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
FONLAD 2014
Oficina Municipal do Teatro | 12 de julho | sábado | 21h30 | Entrada: €3 (preço único)
Em parceria com O Teatrão, a Associação IC-ZERO e o Projecto Videolab apresentam "Ser e A-Parecer", um programa em torno de noções de identidade e de tempo através das performances “Entre o agora e o anterior”, pelo projecto Essere Aria (Ana Caetano e Mario Gutiérrez Cru), e “Identidade” ,por Sérgio Gomes e vídeo instalações de Angella Conte (Br), Francesca Fini (It), Grupo Sinestético (It), LSKA (It) e Sara Magno (Pt).
PROGRAMA
Projeto Essere Aria: “Entre o agora e o anterior” (Performance) | 21h30
Com Ana Caetano (Pt) e Mario Gutiérrez Cru (Es)
“Identidade” (Performance) | 22h30 – 23h30
Por Sérgio Gomes e vídeo instalações de Angella Conte (Br), Francesca Fini (Pt), Grupo Sinestético (It), LSKA (It), Sara Magno (Pt).
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sexta-feira, 27 de junho de 2014
Seminário Internacional INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA EM ZONAS URBANAS
O Seminário Internacional INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA EM ZONAS URBANAS, que conta com o financiamento do Programa Juventude em Ação, e que junta em Coimbra cerca de 40 jovens, irá debruçar-se sobre questões que estão presentemente na agenda europeia e mundial: como transformar espaços urbanos degradados em espaços vivos? De que forma as nossas cidades podem ter uma relação mais direta com os seus cidadãos? E como implicar os jovens neste processo de transformação?
São seis dias de intercâmbio cultural que, unindo em Coimbra o norte e o sul da Europa, põem jovens, artistas, políticos e investigadores a discutir e propor estratégias de intervenção e de transformação de zonas urbanas degradadas. Participam jovens Portugueses do projeto de formação d'O Teatrão cbr: LINHAS ART LAB (financiado pelo Programa PARTIS da Gulbenkian), Austríacos da SZENTE BUNTE WHÄNE, Belgas do HETPALEIS, Italianos da AMAT e Holandeses do THEATERMIJN.
Os trabalhos deste encontro visam, no final, construir o documento "Políticas dos jovens para os espaços urbanos" que será, a breve trecho, apresentado às autoridades políticas locais e Europeias. O programa do Seminário abarca, por isso, reflexões, propostas, visitas e outros encontros informais para que europeus de várias origens possam trabalhar juntos naquele documento. Com um trabalho prévio de exploração artística de espaços urbanos degradados naqueles diferentes países, oferece-se agora a possibilidade de um momento de partilha, de interrogação e de ação junto das comunidades das diferentes cidades envolvidas.
A construção do documento "Políticas dos jovens para os espaços urbanos" terá o contributo de especialistas, académicos, políticos e artistas que acreditamos poderem participar validamente nesta discussão: Álvaro Laborinho Lúcio, Carina Gomes (Vereadora da Cultura Câmara Municipal de Coimbra), Ivo Santos (Secretaria de Estado do Desporto e Juventude), Jaime Soares (Direção Geral de Educação, Equipa de Educação Artística – Área de Teatro), José Miguel Pereira (Músico, elemento da Direção do JACC), Filipa Alves (Direção da Casa da Esquina), Marisa Matias (eurodeputada), Rui Pedro Duarte (Deputado do Partido Socialista) e Walter Rossa (Investigador do CES nas áreas de arquitetura e urbanismo, em especial nos domínios da urbanística e reabilitação urbana)
PARTICIPANTES
O Teatrão CBR – Linhas Art Lab (Portugal): Adiana Silva, Alina Yurchenko, Carlos João Santos, Carina Santos, Catarina Pratas, Daniela Alvez, Efim Zhidkov, Guilherme Lima, Igor Freitas, Inês Alegre, Inês Lacerda, Khusso Mulaza, Ksenia Chetvertkova, Lourenço Soma, Luísa Almeida, Maria Barros, Raquel Mensa, Rita Sousa e Sofia Albuquerque | Cláudia Pato de Carvalho (Coordenação Geral) | Isabel Craveiro e João Santos (Coordenação artística)
AMAT - Associazione Marchigiana Attività Teatrali (Itália): Carlota Tringali, Lorenzo Farinneli, Claudia Angeletti e Benedetta Pedica
THEATERMIJN (Holanda): Donja Van der Eng, Femke Hagemeijer, Lars Flens, Nikkie Westendorp e Rick Nanne
SZENTE BUNTE WHÄNE (Áustria): Jamir Ademi, Magdalena Ettenauer, Vanessa Cerny e Sophie Pachne
HETPALEIS (Bélgica): Mame Seck, Olivier Mees, Silke Debruyne e Tessa Verbruggen
Organização: O Teatrão | Parceiros: HETPALEIS (Antuérpia, Bélgica), AMAT (Ancona, Itália), THEATERMIJN (Amesterdão, Holanda) e SZENTE BUNTE WHANE (Horn, Áustria)
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