segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Um Grito Parado no Ar" e "O Mistério de Belém" - Últimas Sessões

Estrear e manter em cartaz dois espetáculos foi o compromisso que O Teatrão assumiu no lançamento da temporada SET-DEZ 2012, com o objetivo de proporcionar teatro a públicos de todas as idades. Onze semanas depois, com muitas "trocas" de cenário, muitas canções entoadas, famílias, crianças e estudantes de todas as idades, professores, talhantes, engenheiros, comerciantes, gente do teatro e da música, num total de quase 7000 espetadores, essa temporada chega ao fim. Dois espetáculos que propõem exatamente a reunião das pessoas em volta de um acontecimento, de uma ideia ou de um projeto comum. E duas propostas que conseguiram trazer ao teatro milhares de pessoas, provando, dessa forma, que os portugueses gostam mesmo de se juntar e divertir assim mesmo: juntos!

Quem não teve oportunidade de assistir, ainda o pode fazer até 5 de janeiro, antes da saída d'O Teatrão em digressão. Estreie a Agenda do Novo Ano com uma entrada no teatro! Da parte d'O Teatrão, prometemos continuar a oferecer ao longo de 2013 mais propostas para todos os gostos e idades.

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfranceso Guarnieri
Direção de Antonio Mercado
Sala Grande | 3, 4 e 5 de janeiro | Quinta a sábado | 21h30 | Espetáculo para maiores de 16 anos
Bilhetes: entre €4 e €10

Um grupo de atores luta com sérias dificuldades para conseguir estrear o seu espetáculo, que pretende ser um conjunto de fragmentos da realidade urbana onde o vídeo é usado para captar o real e motivar a criação das personagens. A relação entre a vida dos atores, os testemunhos reais e as personagens que estão a criar mostra uma fronteira muito ténue entre o palco e a vida, onde todos se tentam adaptar a uma nova realidade, onde todos sentem que as portas se vão fechando e se torna cada vez mais difícil manter a esperança.

 ©Carlos Gomes 

O MISTÉRIO DE BELÉM (Teatro) 
Direção de Isabel Craveiro
Sala Grande | Sessões para escolas: 3, 4, 7 e 8 de janeiro às 14h30 | Público geral: 5 de janeiro, sábado, às 17h | Espetáculo para maiores de 4 anos 
Bilhetes: entre €4 e €10 / Preço especial Família (pais e filhos menores): €10

Esta é a história que conta toda a verdade sobre a Natividade, segundo o testemunho direto dos que literalmente cederam o seu lugar à mesa, na noite de consoada, e acompanharam o mais perto que era possível os minutos iniciais do menino no berço de palha da manjedoura original. Falamos do boi e do burro do presépio, verdadeiros anfitriões do grande mistério. De um momento para o outro veem a sua casa ser invadida por ilustres reis e rainhas, pastores e anjos, estrelas fugidias, num corrupio que vem confirmar que ali, naquele lugar, acontecerá algo de extraordinário e maravilhoso. É claro que boi e burro se atrapalham com tanta agitação, tanto trabalho e tamanha responsabilidade. Mas, como sabemos, tudo acaba bem. 

 ©Carlos Gomes

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Boas Festas!

Neste período de festas natalícias, o Teatrão mantém as portas abertas para que inclua no seu tempo uma ida ao teatro. Já sabe onde estamos.

O MISTÉRIO DE BELÉM (Teatro)
direção de Isabel Craveiro
Sala Grande | 22 e 29 DEZ e 5 JAN | sábado | 17h | M4

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfrancesco Guarnieri
direção de Antonio Mercado
Sala Grande | 20, 21, 22, 27, 28 e 29 DEZ | 3, 4 e 5 JAN | Quinta a sábado | 21h30 | M16


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Natal dos Outros

LEITURAS ATRAVESSADAS (Ciclo de Leituras)
CHRISTMAS QUANDO QUISERES
de Jorge Louraço Figueira
Tabacaria | 18 de dezembro | terça | 22h00 | entrada livre

No espírito da quadra, retomamos CHRISTMAS QUANDO QUISERES, um texto estreado há precisamente dez anos, pel’O Teatrão, sobre o Natal de uma professora e dois miúdos inadaptados. No espírito da temporada, recordamos uma peça criada em regime de colaboração intensiva, semelhante aos processos que deram origem aos dois espetáculos em cartaz. 

Sinopse 
Nico e Pilim são amigos, companheiros e residentes no Bairro Sul. Decidem nas vésperas de Natal, assaltar a Escola que frequentaram até há pouco tempo e onde conheceram Natália, a professora de Inglês. Esta apenas consegue ser colocada em regime de substituição e na noite do assalto surpreende os seus ex-alunos na escola. A sua ida aí prendeu-se com o facto de ter ficado retida na cidade, e de tencionar ver a gravação vídeo da festa de Natal: Natália sofreu um acidente de viação que deixou a sua melhor amiga em estado de coma.
O confronto verbal que se estabelece ente os ex-alunos e a professora revela as fragilidades, as desilusões, as faltas de oportunidade, a sensação de impotência que Nico e Pilim sentem em relação à sociedade, e não só: também Natália partilha de forma aberta os seus problemas. A diferença entre eles reside na capacidade de sonhar, de validar projetos, de acreditar ainda na dignidade do ser humano. E é esta descoberta, esta partilha, que os vai unir.

Jorge Louraço Figueira escreveu a sua peça de estreia, O Espantalho Teso, no âmbito de uma oficina de escrita teatral do Dramat, o então centro de dramaturgias contemporâneas do Teatro Nacional de São João. CHRISTMAS QUANDO QUISERES foi escrita em colaboração com António Mercado, a partir de uma ideia de Manuel Guerra, e trabalhada em improvisações com os atores d’ O Teatrão. O autor entrou em vários projetos de escrita em parceria, tendo participado ainda na XV Residência Internacional do Royal Court Theatre, em Londres, e no seminário de dramaturgia coordenado por Sanchis Sinisterra no Teatro Nacional Dona Maria II.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Aulas de Capoeira e Yoga na OMT

A partir de Janeiro, na OMT, haverá aulas de Capoeira para crianças (a partir dos 4 anos), jovens e adultos (mensalidade: €25) e aulas de Yoga para jovens e adultos (mensalidade: €20/uma aula por semana; €25/duas aulas por semana).

As inscrições estão abertas!




O Teatrão no Pediátrico

Este Natal O Teatrão inicia uma série de pequenas intervenções teatrais no Hospital Pediátrico de Coimbra, acompanhadas de uma oficina de construção e manipulação de bonecos. Dia 10, às 14h30, estaremos no Serviço de Cirurgia (sala de atividades e enfermarias) com o primeiro episódio de uma série a que chamámos Animalympics. Convocámos os animais de alguns dos nossos espetáculos (o urso Nanu e a raposa Fana Fox de "As Extraordinárias Aventuras", os ratinhos de "A Biblioteca Russa", o boi e o burro de "O Mistério de Belém") para uma seleção que vai participar nas olimpíadas dos animais. Mas estavam todos lesionados, depois das peças por onde passaram. Juntámos-lhes então uma lebre, treinadora obsessiva, e uma tartaruga, enfermeira compassiva, para cuidar deles no Hospital e pô-los em forma para as provas. 

O medo ficou em casa
A colaboração regular d’O Teatrão com o Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) começou em 2000/2001 com a realização de ateliers, leituras de contos e sessões de magia. Regular foi também a vinda de crianças internadas aos nossos espetáculos. A criação de novas instalações aprofundou o desafio constante de melhorar os níveis de humanização da assistência hospitalar aos doentes. E lançado o desafio, pensámos como poderíamos participar na experiência da criança no hospital.

©Carlos Gomes

sábado, 1 de dezembro de 2012

Inscrições abertas!

WORKSHOP DE FÉRIAS (formação)
Expressão Dramática
a partir dos 6 anos
Sala de Ensaios | 17 a 21 de dezembro | segunda a sexta | Inscrição: 30 euros

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Há festa na Oficina

Dois espetáculos – O Mistério de Belém e Um Grito Parado no Ar –, um atelier de teatro sobre memórias de Natal e uma reunião aberta, sobre arte, cultura e intervenção local.

FÓRUM TEATRÃO
Tabacaria | 14h

O MISTÉRIO DE BELÉM
Sala Grande | 17h

CONDOMÍNIO VALE DAS FLORES
Sala de Ensaios | 18h

UM GRITO PARADO NO AR
Sala Grande | 21h30

É um dia em cheio na OMT, aberta aos nossos vizinhos, aos participantes no Fórum Teatrão, e ao público em geral. Enquanto os moradores do Vale das Flores visitarão os espaços da OMT, os participantes no Fórum discutirão a relação entre criação artística e intervenção pública, cruzando-se com o público que vier para os espetáculos. Os vizinhos também assistirão aos dois espetáculos, além de participarem numa atividade teatral, construída a partir das memórias do Natal, desde fotografias e postais, a canções e roupas, passando por histórias e objetos. O Fórum, feito em colaboração com o Peoples’ Observatory (o Observatório da Participação, da Inovação e dos Poderes Locais do Centro de Estudos Sociais), continuará o debate iniciado na edição anterior sobre o tipo de estratégias de intervenção local que podem ser criadas pelos agentes culturais.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fazer uma gravata

LEITURAS ATRAVESSADAS (Ciclo de Leituras)
ELES NÃO USAM BLACK-TIE
de Gianfrancesco Guarnieri
Tabacaria | 20 de novembro | terça | 22h00 | entrada livre

Aproveitando a estreia de UM GRITO PARADO NO AR, e no espírito do Seminário de Dramaturgia do Teatro de Arena no qual Guarnieri participou ativamente, lemos agora outra peça do mesmo autor.

ELES NÃO USAM BLACK-TIE (1955) é um retrato da classe operária brasileira do início dos anos 50, tendo como pano de fundo reflexões universais sobre a frágil condição humana, sobre os homens e os seus conflitos. Guarnieri coloca em confronto um pai e um filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes.

Gianfrancesco Guarnieri foi um dos principais dramaturgos brasileiros e um dos impulsionadores do Seminário de Dramaturgia que veio revolucionar o teatro brasileiro a partir dos anos 50.




domingo, 11 de novembro de 2012

"Um grito parado no ar" na RTP

O espetáculo "Um grito parado no ar" foi também registado pelo programa Câmara Clara, da RTP2.
Assistam à reportagem aqui:
Diário "Câmara Clara", de 9 de novembro de 2012

Entretanto, "Um grito parado no ar" continua em cena de quinta a sábado às 21h30, na OMT.

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfrancesco Guarnieri
direção de Antonio Mercado
Sala Grande | quinta a sábado | 21h30

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Teatrão estreia "O Mistério de Belém"

Será já no próximo dia 18 de novembro, pelas 17h, que O Teatrão estreia "O Mistério de Belém", que terá como grandes anfitriões o boi e o burro do presépio.

O MISTÉRIO DE BELÉM (Teatro)
Sala Grande | 18 de novembro 2012 a 5 de janeiro 2013 | Sessões para escolas: segunda a quarta às 10h30 e 14h30; quinta e sexta às 14h30 | Público geral: sábado, às 17h | Espetáculo para maiores de 4 anos
Preço dos bilhetes: €10 (normal), €5 (estudante e M65) e €4 (grupos com mais de 10 pessoas).
Preço especial por família (pais e filhos): €10


"Um grito parado no ar" na esectv

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfrancesco Guarnieri
direção de Antonio Mercado
Sala Grande | 18 de outubro a 5 de janeiro | quinta a sábado | 21h30 | M16 | Bilhetes: entre €4 e €10


terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Sei que há um céu sobre esta chuva e..."

Seis atores, três homens e três mulheres, ensaiam uma peça que nunca chegamos a conhecer. Não é o teatro feito, mas o teatro por fazer e ao se fazer que contemplamos. As pressões de fora interrompem o ensaio a todo o momento: são credores que retiram aos poucos, como numa peça do absurdo, os próprios elementos sobre os quais deveria erguer-se a representação. À medida que o palco se esvazia cresce a determinação do elenco em levar o espetáculo a cabo, contra ventos e marés. 

Não são menores as pressões vindas de dentro, desde a tentação de tudo resolver em termos de sim e não, evitando a complexidade inerente ao real, até a crença de que o teatro morreu, as palavras já não têm significado e nada há a dizer sobre o mundo.

Mas à medida que o ensaio progride, o milagre da criação artística transforma o jogo em emoção, pondo a descoberto a crueldade dos tempos de crise no mundo contemporâneo. Se às vezes o palco parece uma ilha de neurose cercada de dívidas por todos os lados, não nos esqueçamos que nela habitam também a generosidade, a camaradagem, o cafezinho e os copos compartilhados no bar da esquina; e que dessa aparente anarquia brotam ocasionalmente obras-primas tão legítimas quanto quaisquer outras.

Esta é a peça mais alegre e lúdica de Guarnieri: uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio. Com a força vital de um grito paralisado em pleno voo.

Adaptado de Décio de Almeida Prado, “Guarnieri Revisitado”, pp. 10-13. Em: O Melhor Teatro de Gianfrancesco Guarnieri. São Paulo: Global Editora,1986


©Carlos Gomes


UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfrancesco Guarnieri
direção de Antonio Mercado
Sala Grande | 18 de outubro a 5 de janeiro | quinta a sábado | 21h30 | M16 | Bilhetes: entre €4 e €10

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Mistério de Belém

Enquanto decorre a temporada de "Um grito parado no ar", de quinta a sábado, às 21h30, O Teatrão ensaia aquela que será a sua 60ª produção: "O Mistério de Belém"

Esta é a história que conta toda a verdade sobre a Natividade, segundo o testemunho direto dos que literalmente cederam o seu lugar à mesa, na noite de consoada, e acompanharam o mais perto que era possível, os minutos iniciais do menino no berço de palha da manjedoura original. Falamos do boi e do burro do presépio, verdadeiros anfitriões do grande mistério. De um momento para o outro veem a sua casa ser invadida por ilustres reis e rainhas, pastores e anjos, estrelas fugidias, num corrupio que vem confirmar que ali, naquele lugar, acontecerá algo de extraordinário e maravilhoso. É claro que boi e burro se atrapalham com tanta agitação, tanto trabalho e tamanha responsabilidade. Mas, como sabemos, tudo acaba bem.

"O Mistério de Belém" é um espetáculo construído no âmbito do ciclo Repicar Giacometti, iniciado em janeiro de 2011, onde pomos em ação a arte de repicar, dando atenção simultânea ao passado e tradição e ao futuro e inovação na construção dos tempos contemporâneos. Confrontamos a memória e a abertura de novos caminhos da nossa identidade. Associamos a tradição do presépio português, onde todos são representados, à necessidade de participação de toda a comunidade, de reunião em torno de um projeto extraordinário. 

 "O Mistério de Belém" estreia dia 18 de novembro, às 17h, e fará temporada até 5 de janeiro de 2013. De Segunda a Quarta às 10h30 e 14h30 e Quinta e Sexta às 14h30, para escolas. Para público geral, ao Sábado, às 17h. 
Preço dos bilhetes: 10 euros (normal), 5 euros (estudante e M65) e 4 euros (grupos com mais de 10 pessoas). 
Preço especial por família (pais e filhos): 10 euros


©Carlos Gomes

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um mistério e uma garrafa de rum

A JIGSAW (Música)
Sala Grande | 31 de outubro | quarta | 22h
Entrada: €5 (preço único)

Barqueiros, lobos, piratas e marinheiros povoam o imaginário sonoro deste trio blues-folk de Coimbra, que bebe as palavras (e o mesmo tipo de aguardente) de Johnny Cash, Bob Dylan, Leonard Cohen e Nick Cave. O nome vem da canção "Jigsaw You", dos dEUS, a banda de culto de Antuérpia. Mas não tenham medo da voz rouca e embargada destes senhores - é só teatro para embalar melancólicos.

©Rita Carmo

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Tomar partido

FÓRUM TEATRÃO (Comunidade)
Tabacaria | 27 de outubro | sábado | 18h

Que estratégias de intervenção local podem ser criadas pelos agentes culturais? Este é o grande tema da quarta edição do FÓRUM TEATRÃO, promovido em colaboração com o PEOPLES’ OBSERVATORY, o Observatório da Participação, da Inovação e dos Poderes Locais do Centro de Estudos Sociais (CES).

São muito variados os participantes habituais do FÓRUM, entre pais de alunos das Classes do Teatrão, investigadores, representantes do poder autárquico, membros da universidade, artistas de outras estruturas e estudantes. Nesta edição, a nossa intenção é criar espaços de diálogo para que possam surgir outros projetos de intervenção, por parte de grupos de cidadãos, na área artística ou não.

Esta é já a quarta vez que temos esta iniciativa. As anteriores estiveram ligadas à discussão acerca do espaço da Oficina Municipal do Teatro, à elaboração do projecto d’O TEATRÃO para os próximos anos e às questões da participação das pessoas na vida cultural da cidade. O Fórum é um instrumento fundamental no aprofundamento da relação da OMT e d’O TEATRÃO com as pessoas.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Amor e Prosperidade

LEITURAS ATRAVESSADAS (Ciclo de leituras)
Cenas inspiradas por Terror e Miséria no III Reich, de Brecht
Miguel Castro Caldas, Pedro Marques, Jorge Palinhos e Sandra Pinheiro
Tabacaria | 23 de outubro | terça | 22h00 | entrada livre

Em 2011, O Teatrão desafiou quatro dramaturgos portugueses - Miguel Castro Caldas, Pedro Marques, Jorge Palinhos e Sandra Pinheiro – a participarem num seminário de estudo de Terror e Miséria no III Reich, de Brecht, com o objectivo de escreverem peças curtas inspiradas nessa obra, mas a pensar em Portugal no séc. XXI. Depois de uma primeira etapa, já em 2012, com o professor Sousa Ribeiro, da Universidade de Coimbra, os autores começaram a escrever os primeiros esboços de cenas, que têm sido trabalhadas com a equipa do Teatrão. Aproveitando a estreia de Um Grito Parado no Ar, e no espírito do Seminário de Dramaturgia do Teatro de Arena no qual Guarnieri participou activamente, lemos agora algumas dessas cenas.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Um grito parado no ar

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
Sala Grande | 18 de outubro a 5 de janeiro | quinta a sábado | 21h30

Uma viagem alucinante pela realidade urbana 
Em "Um grito parado no ar", O Teatrão convida-nos para embarcarmos nessa viagem, onde se cruzam feirantes, alunos do ensino recorrente, cauteleiros, mulheres a dias, um vizinho tarado, jovens que vêm do interior, um chui cansado, prostitutas, um casal no final da relação, professores universitários, uma mãe com a sopa sempre ao lume, o dono de uma tasca, adeptos fanáticos… São habitantes de uma cidade contemporânea que nos abrem as portas para penetrarmos sem medo na essência dos nossos dramas e conseguirmos rir do patético das nossas vidas.

Teatro dentro do teatro - um grupo de atores luta com sérias dificuldades para conseguir estrear o seu espetáculo, que pretende ser um conjunto de fragmentos da realidade urbana onde o vídeo é usado para captar o real e motivar a criação das personagens. A relação entre a vida dos atores, os testemunhos reais e as personagens que estão a criar mostra uma fronteira muito ténue entre o palco e a vida, onde todos se tentam adaptar a uma nova realidade, onde todos sentem que as portas se vão fechando e se torna cada vez mais difícil manter a esperança.

"Um grito parado no ar" (1973) foi um dos textos que mais comoveu o Brasil nos tempos de resistência e que agora, adaptado à nossa realidade, onde o samba de Toquinho se transforma em fado, nos mostra as voltas que as pessoas dão à vida para poderem ter ou manter o seu trabalho e concretizar os seus sonhos. Sonhos em tempos difíceis, mas sonhos dos quais as personagens não podem abrir mão, embora corram o risco de serem engolidos pela realidade vertiginosa do quotidiano.

Fotografia de ensaio de Carlos Gomes

Ficha Artística e Técnica 
Texto: Gianfrancesco Guarnieri Direção: Antonio Mercado Elenco: Inês Mourão, Isabel Craveiro, João Castro Gomes, Nuno Carvalho, Margarida Sousa e Pedro Lamas Cenografia e Figurinos: O Teatrão Vídeo: Alexandre Mestre Adaptação e Direção Musical: Luís Figueiredo Apoio Vocal: Cristina Faria Banda Sonora: Rui Capitão  Músicos: Armindo Fernandes (guitarra portuguesa) e Ni Ferreirinha (viola) Entrevistas: Alexandre Mestre, Cláudia Pato e Rui Capitão Grafismo: Sofia Frazão Fotografia: Carlos Gomes Direção de Produção: Cátia Oliveira Produção Executiva: Inês Mourão, Margarida Sousa, Nuno Carvalho Direção Técnica: João Castro Gomes Equipa Técnica: Alexandre Mestre, Jonathan Azevedo e Rui Capitão Estagiária Assistente: Ana Bárbara Queirós Produção: O TEATRÃO 2012

Espetáculo para maiores de 16 anos
Duração: 90 m.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

REPÚBLICA/S

REPÚBLICA/S 
Sala de Ensaios | 5 de outubro | sexta | das 11h às 13h 

Este ano será o último em que há feriado do 5 de Outubro. Para assinalar a data, vamos implantar a nossa república na OMT com leis e princípios criados em três oficinas de expressão dramática, uma para pequeninos, dos 6 aos 9, outras duas para adolescentes, dos 10 aos 13 e dos 14 aos 18.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dia de luta pela cultura

No âmbito da campanha 1% para a cultura, O Teatrão apresenta uma leitura da peça que está a ser ensaiada pel’O Teatrão, seguida de um debate sobre o texto, as diferenças e semelhanças entre a data de escrita (o início dos anos setenta) e a atualidade. 

UM GRITO PARADO NO AR (Leitura e Debate) | 29 setembro | 16h | OMT


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Macadame

MACADAME (Música) 
Sala Grande | 28 de setembro | Sexta | 21h30 
Entrada: € 5 (preço único) 

Imagine uma grande mesa de madeira e, à volta dela, durante noites inteiras, cinco músicos apaixonados por música tradicional portuguesa. Nos autocarros, no rádio, nos bares, nas aulas, ouvem pop, rock, jazz, funk, o que seja, mas quando lhes sai o som dos instrumentos e da garganta, cantam, mais do que a alma, os corpos portugueses.

©DR

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A lã também não engana

FIANDEIRA | OLHOS NOS DEDOS | LÃ LÃ LÃ (TEATRO) 
Texto e interpretação de Isabel Fernandes Pinto 
Sala Grande | 20 de setembro | quinta | 21h30 | M 4 

«Era uma vez uma fiandeira que era uma montanha que girava e tudo via. Era uma vez a mecha que se tornou fio e casaco para aquecer uma ovelha que doou a sua lã mas não queria perder a sua voz. Era uma vez uma ovelha baledora lírica que, contra a impassibilidade de um rebanho, a atrabile de uma ovelha-mor, o diz-que-disse de dois cães moucos e a tesoura friorenta de um tosquiador, baliu até escorraçar o abocanhador lobo para outras paragens.» 

Fiandeira é a segunda estória da coleção Fios de Tempo (depois de «A história do pescador que deixou o coração atrás da porta»), criada pelo Projeto Faunas, um programa baseado em atividades tradicionais da cultura portuguesa. 

Uma contadora de histórias, acompanhada à guitarra, revela o ciclo da lã, segundo as versões de várias personagens, desde a Ovelha-especial-que-andava-apenas-em-duas-patas, passando pelo Homem-que-sorri-de-tesoura-aberta, até à Senhora-de-olhos-nos-dedos, entre muitos outros. Não falta um lobo! Tragam as crianças.


Fazer do coração, coração

Setembro traz as pessoas de volta ao quotidiano da cidade. SHAKESPEARE NO CASTELO faz as últimas apresentações, já esgotadas. A OMT, porém, continuará a receber-vos em festa. Este mês, já com saudades do verão, teremos para mostrar as histórias acompanhadas à guitarra da FIANDEIRA, e a fusão de sons tradicionais e modernos dos MACADAME

Nos meses seguintes queremos ter-vos ainda mais de perto. Em Outubro abrimos as portas da OMT para virem ver UM GRITO PARADO NO AR, de Gianfrancesco Guarnieri, com direção de Antonio Mercado, uma peça em que as personagens são atores e a situação inicial é um ensaio de teatro; e em Novembro estreamos O MISTÉRIO DE BELÉM, espetáculo em que a natividade é contada do ponto de vista das personagens secundárias do presépio. Pelo meio, o concerto dos A JIGSAW.

A nossa proposta é que vejam as coisas do lado de dentro, do ponto de vista do outro, dos bastidores, fora de cena e da plateia, tudo ao mesmo tempo. Estaremos de corpo e alma também nas Classes, nas Oficinas, no Bando à Parte e, novidade, no Hospital Pediátrico, onde iniciamos o programa MANOBRAS DE CORAÇÃO. É mesmo isso, de coração. Já sabem onde estamos.

Consultem a nossa programação também aqui.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Shakespeare no Castelo

Shakespeare no Castelo (teatro de rua) | Direção de Deolindo Pessoa | Castelo de Montemor-o-Velho | 23, 24 e 25 de agosto | 13, 14 e 15 de setembro | Quinta a sábado | Início do percurso: 21h00 | Espetáculo de entrada livre, sujeita a reserva 

 Uma trupe de atores cuja origem se perde nos tempos reúne-se às portas do castelo de Montemor-o-Velho para oferecer aos senhores e aos populares uma mostra das suas capacidades. Pilharam as obras completas de um autor estrangeiro e pretendem com isso ganhar o suficiente para garantir a próxima refeição ou, pelo menos, um pouco de fama. Como lhes faltam atores, atraem os atores locais, a quem vão ter de explicar todo o Shakespeare em menos de dez minutos, o tempo que falta para começar a apresentação. De modo a seduzir o público, começam com as personagens de Sonho de Uma Noite de Verão, todas perdidas de amores umas pelas outras. Já com o público dentro do castelo, jogam pelo seguro. Metade do público será assustada e comovida, esperam, com as cenas trágicas das peças Macbeth, Romeu e Julieta, Rei Lear, Otelo e Hamlet. A outra metade rir-se-á das patifarias de Falstaff e dos jogos de amor e desamor de As Alegres Comadres de Windsor, Muito Barulho por Nada, A Fera Amansada e Como Quiserem. As mulheres da trupe, Preta Pires, Branca e Manteigas, levam os espectadores pelas veredas das tragédias. Os homens, Pero Coimbrão, Coimbrinha e Tagana, conduzem-nos pelos maus caminhos das comédias. Aparentemente, tudo é ilusão e divertimento. Mas a trupe vai ficando mais séria à medida que se aproximam as duas peças histórias escolhidas para encerrar esta viagem pelo castelo com Shakespeare: Henrique IV (primeira parte) e Ricardo III. As ilusões do poder e da vaidade desfazem-se, e os atores ficam cara a cara com as máscaras que foram usando.

©Associação Diogo de Azambuja

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA 
Conceção e direção: Deolindo Pessoa Dramaturgia: Deolindo Pessoa e Jorge Louraço Figueira Espaço Cénico: José Tavares Música Original: Luís Pedro Madeira Figurinos e Adereços: Cátia Barros e Patrícia Mota Desenho de luz: Francisco Beja Grafismo: Ana Luísa Ferreira (Câmara Municipal de Montemor-o-Velho) Fotografia e Vídeo: Associação Diogo de Azambuja Produção Executiva: Cátia Oliveira (O Teatrão) Direção Técnica: João Castro Gomes (O Teatrão) Montagens e operação do espetáculo: Alexandre Mestre; João Castro Gomes; Jonathan de Azevedo; Rui Capitão Construção de Cenário: Oficinas de Carpintaria da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho Adereços de Figurinos: Isabel Pereira Costureiras: Ana Fernandes e Glória Costa Relações Públicas: João Lobo (Câmara Municipal de Montemor-o-Velho) Co-Produção: Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e O Teatrão 2012 
Elenco: Ana Bárbara Queirós (Estagiária); Inês Mourão; Isabel Craveiro; João Santos (Projeto Pedagógico); Margarida Sousa; Nuno Carvalho e Pedro Lamas (O TEATRÃO); Carlos Santos; Beatriz Sequeira; Inês Cardoso; Mariana Matos e Nuno Gomes (CLASSES O TEATRÃO); Andreia Teixeira; Capinha Lopes; Carlos Cunha; Joana Macias; Judite Maranha; Morais Jorge e Telmo Pinão (CITEC); Francisco Caetano; Joana Rasteiro; Jorge Santos; Licínia Silva; Mariana Corino e Sílvio Carvalho (O CELEIRO); António Oliveira; António Queijo e Mariana Cardoso (ATRÁS do PANO – Santo Varão); David Cravo; José Neves; Patrícia Cravo e Paulo Matos (ACDS de FORMOSELHA); Carlos Cabido; João Baía; Olímpio Baía e Pedro Santana (G.C.A. PORTELA); Músicos: António Correia (Direção de ensaios); António João Neves (bombo); Bruna Cadima (clarinete); Bruno Costa (trompete); Carla Correia (clarinete); Daniel Gaspar (tuba); Diogo Leal (trombone); Filipe Carraco (trompete/ pratos); João Luís Guerra (trombone); José Couceiro (saxofone alto); José Fernandes (bombardino); José Maria Oliveira (caixa de guerra); José Reis (caixa de guerra); Luís Amaral (tuba); Mariana Pardal (flauta/ flautim); Marta Lucas (flauta); Nuno Rodrigues (bombo) e Patrick Guerra (saxofone tenor)

©Associação Diogo de Azambuja

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O VÍCIO DOS SELOS

PHILATÉLIE (teatro)
Mala Voadora CITEMOR 2012
Sala Grande | 29 de julho | Domingo | 21h30

No tempo em que havia selos, não serviam apenas para expedir cartas e encomendas pelos correios: algumas pessoas dedicavam-se a colecionar esses papelinhos ilustrados e carimbados, de modo tão obsessivo que parecia ser doença. Agora que já quase não há selos, ficaram os filatelistas (e as edições especiais). Neste espetáculo, recupera-se o fascínio da filatelis. Uma antiga coleção de selos é redescoberta e mostrada ao público, proporcionando uma viagem pela memória de tempos idos e pela fantasia de tempos nunca vividos.

©DR

Ficha técnica e artística
Direção: Jorge Andrade Texto: Miguel Rocha Som: Sérgio Delgado Com: Anabela Almeida, Jorge Andrade e Sérgio Delgado 
Co-produção com Fundação Calouste Gulbenkian - Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística


BILHETEIRAS DO CITEMOR 
No acesso a todos os espetáculos programados é o espectador que define o preço que pode pagar pelo bilhete de acordo com a sua condição financeira e as suas expetativas. Não deixe de participar no festival e fique à vontade para pedir um bilhete a custo zero. Se pode dar 1€ ou 2€, muito bem. Se puder pagar 20€ melhor, é você que decide! Quem dá o que pode a mais não é obrigado. Faça as suas reservas através do e-mail bilheteira@estherdecarvalho.org ou do número 239 680 836, informando a obra que pretende assistir, a data, o número de bilhetes que deseja e o seu contacto telefónico.

Mais informações também na OMT: 239 714013 / 914 617 383 / geral@oteatrao.com

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cahahahahabaret de Variedades - prolongamento de temporada

Devido à afluência de público, o espetáculo Cahahahahabaret de Variedades terá sessões extra nos dias 4, 5 e 7 de julho.

  
 Fotografia de Carlos Gomes 


Cahahahahabaret de Variedades | Autoria e Direção de Clóvis Levi | 3º Ano do Curso de Teatro e Educação da ESEC | 13 junho a 7 julho | quarta a sábado | 22h | Bilhete: € 4 (preço único) | No dia 6 de julho, sexta-feira, não há sessão

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Tempestade

LEITURAS ATRAVESSADAS (ciclo de leituras) 
A Tempestade | 19 de junho | terça | 22h | Entrada Livre 

Nossa festa acabou. Nossos atores, 
que eu avisei não serem mais que espíritos, 
derreteram no ar, no puro ar: 
e como a trama vã desta visão, 
as torres e os palácios encantados, 
templos solenes, como o globo inteiro, 
sim, tudo o que ele envolve, vão sumir 
sem deixar rastros. Nós somos o estofo 
de que se fazem os sonhos, e esta vida 
é encerrada no sono. 

Sinopse 
Uma tempestade faz naufragar o navio onde viaja o rei de Nápoles, Alonso, o filho, Ferdinand, além do duque de Milão, Antonio, um usurpador. Numa ilha próxima, Miranda assiste aflita ao naufrágio. É a jovem filha de Próspero, o anterior duque de Milão. Há anos atrás, ambos foram expulsos de Milão por Antonio, e abandonados num barco à deriva. Foi Próspero que, recorrendo a poderes mágicos, causou a tempestade. Às ordens de Próspero estão Ariel, um espírito, e Caliban, um monstro. Próspero orquestra um encontro entre Miranda e Ferdinand, que se apaixonam à primeira vista. Aos restantes náufragos, fá-los arrependerem-se dos males que lhe causaram. No final, perdoa aos seus inimigos, permite o casamento de Miranda com Ferdinand, e liberta Ariel e Caliban. 

No primeiro semestre de 2012, damos a conhecer a obra de Shakespeare de várias maneiras: nas Leituras Atravessadas, uma vez por mês, lemos as peças mais emblemáticas; no espetáculo Shakespeare pelas Barbas, que esteve em cena entre março e abril, apresentamos uma fusão entre personagens shakespearianas e personagens atuais, inspiradas em pessoas reais; e na Visita com Shakespeare ao Castelo, em julho, em Montemor-o-Velho, com direção de Deolindo Pessoa, fazemos uma colagem e adaptação ao espaço de cenas das principais peças do autor inglês.

 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Workshops Expressão Dramática - Inscrições abertas

EXPRESSÃO DRAMÁTICA (formação) | a partir dos 6 anos 
Sala de Ensaios | 2 a 6 de julho | segunda a sexta | Inscrições até 28 de junho | Valor de inscrição: € 30 (desconto para irmãos) 

Mais uma vez, em tempo de férias letivas, O Teatrão desenvolve workshops de Expressão Dramática. Os workshops proporcionam aos participantes um conjunto de atividades lúdicas que propiciam o jogo dramático, estimulando a imaginação, a expressão e a relação com o outro.

 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Urso e a Raposa em digressão

A história de Nanu, um urso polar, e Fana Fox, uma raposa do deserto, que se juntam ao circo – fugindo da raça humana - depois de muitas desventuras nas vizinhanças da OMT. 

N'AS EXTRAORDINÁRIAS AVENTURAS DO URSO POLAR E DA RAPOSA DO DESERTO contamos a aventura de dois animais, um urso polar e uma raposa do deserto, recém-chegados a Coimbra e à vizinhança da Oficina Municipal de Teatro. A história do urso e da raposa é destinada não só às crianças mas também aos adultos, na esperança de que pais e filhos venham juntos ao teatro. Os mais velhos poderão reviver o encantamento pelas fábulas e contos populares, e os mais novos poderão imaginar como é crescer.

AS EXTRAORDINÁRIAS AVENTURAS DO URSO POLAR E A RAPOSA DO DESERTO (teatro)
Tondela - Associação ACERT | Auditório 1 | M4 | 12 de junho | terça | Sessões para público escolar: 10h00 e 14h30 | Preço dos bilhetes: € 2
 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cá dentro inquietação, inquietação...

Cahahahahabaret de Variedades | Autoria e Direção de Clóvis Levi | 3º Ano do Curso de Teatro e Educação da ESEC | 13 a 30 junho | quarta a sábado | 22h | Bilhete: € 4 (preço único) 

Cá dentro inquietação, inquietação... Portugal tão massacrado com a crise europeia precisa rir e o nosso Cahahahahabaret de Variedades está aqui para diverti-lo!

Cahahahahabaret é um espetáculo de variedades repleto de humor, música e dança num ambiente de Cabaret com um cheirinho bem português. 

É neste ambiente que, mais uma vez, o curso de Teatro e Educação da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), que já conta com mais de 10 anos, apresenta o seu novo espetáculo. Este curso sempre se propôs a uma perspetiva de teatro para intervenção na comunidade e desta vez não é exceção. 

Dura já há vários anos uma estreita relação entre o curso e a companhia de teatro O Teatrão , que juntos têm colaborado e coproduzido vários projetos que vêm sendo desenvolvidos na cidade nestes últimos anos.

A(s) crise(s) dos portugueses levaram à construção deste Cabaret, numa altura em que questionamos se “rir-agir” não será a melhor solução e é isso que este espetáculo sugere. Apesar das cenas cómicas, não esquece a necessidade de intervir, de reagir, de procurar uma solução que nos faça ultrapassar este obstáculo que tanto tem preocupado todos os portugueses. 

Com teatro, dança, muita comicidade e música ao vivo, pelos alunos do 1º ano do Curso de Música, os alunos finalistas do 3º ano do Curso de Teatro e Educação da ESEC convidam-no a vir à Tabacaria d'O Teatrão na Oficina Municipal do Teatro de 13 a 30 de junho.

   
 ©Carlos Gomes 


FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA 
Autoria e Direção: Clovis Levi Codireção: Pamela Jean Croitorou Direção Musical e Vocal: Cristina Faria Direção Instrumental: André Pereira Coreografias: Cristina Leandro Desenho de Luz: Jonathan Azevedo Cenografia: Ana Bárbara Queirós, Carla Castanheira, Celso Pedro e Mário Pais Figurinos: Andreia Tomás, Celso Pedro, Mário Pais, Sílvia Saraiva e Susana Ferreira Cabeleireiro: Carlos Gago (Ilídio Design) Caracterização: Rodrigo Rocha Elenco: Ana Bárbara Queirós, Andreia Tomás, Ariana Janice Gomes Mané, Carla Castanheira, Celso Pedro, Mariana Sá, Mário Pais, Susana Ferreira, Susana Oliveira Músicos: Guitarra Elétrica - Pedro Marques e Ricardo Costa; Guitarra Clássica - Bruno Oliveira, Diogo Passos, Maria dos Santos e Rafael Silva; Baixo Elétrico - João Pascoal e Pedro Marques; Contrabaixo - Márcio Cabral; Flauta Transversal - Letícia Farias; Violino - André Isidoro; Clarinete - Auxiliadora Dias; Saxofone - Vanessa Romão; Percussão - Cláudio Afonso, João Machado e Rafael Silva Confeção de Figurinos: Cátia Teles e Sílvia Saraiva Adereços: Celso Pedro e Sílvia Saraiva Fotografia: Carlos Gomes Grafismo: Guilherme Almeida Montagem de Cenário: José Baltazar Operação de Luz e Som: Equipa Técnica d’O Teatrão – Alexandre Mestre, João Castro Gomes, Jonathan Azevedo, Rui Capitão; Mariana Gomes (ESEC) Frente de Casa: Carolina Carvalhais e Júlia Pereira Promoção e Divulgação: Andreia Tomás, Mariana Sá, Susana Ferreira, Susana Oliveira Contacto com Imprensa: Ana Bárbara Queirós e Mariana Sá Direção de Produção: Cátia Oliveira Produção: Escola Superior de Educação / O TEATRÃO 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A mercadoria emancipa?

ÓPERA DOS VIVOS | Companhia do Latão | TAGV | 8 de junho | sexta | 21h30 | Bilhetes à venda no TAGV

    
 ©Companhia do Latão 

“Ópera dos Vivos” é o resultado de um estudo iniciado pela Companhia do Latão em meados de 2007. Após a encenação de “O Círculo de Giz Caucasiano”, texto de Brecht, o grupo desenvolve o seu núcleo de cinema e realiza uma série de experiências audiovisuais. Dois desses trabalhos, “Senhorita L” (2007) e “Ensaio sobre a Crise” (2009) foram apresentados em televisões públicas. O contacto com situações de produção especializadas, com realidades de trabalho muito distintas da improvisação ou coletivização das práticas, comuns no teatro de grupo, passou a inspirar uma pesquisa sobre a mercantilização do trabalho artístico atual e sua ideologia. Por força da estratégia brechtiana que fundamenta o grupo, a primeira fase dos ensaios foi marcada pelo deslocamento do assunto para um contexto histórico diverso. Foram assim realizados estudos sobre o teatro do século XVIII. O próprio nome “Ópera dos Vivos” é uma alusão aos espetáculos feitos por atores de carne e osso, em contraste com o teatro de bonecos que predominava no Rio de Janeiro colonial. Com o desenvolvimento da pesquisa, o projeto de uma peça histórica sobre os artistas desclassificados do Brasil colónia (que montavam óperas italianas) foi suspenso. O grupo retorna em 2008 aos improvisos sobre a indústria cultural. Elege como tema de pesquisa cénica a atualidade da música popular brasileira, televisão e show business, num diálogo com um debate já apontado pelo espetáculo “O Mercado do Gozo”, de 2003. Teve início, assim, uma segunda fase de ensaios (ao longo de 2008), que conviveu com a conclusão do projeto “Companhia do Latão dez anos”. Este projeto demandou enormes esforços para remontagens de vários espetáculos, lançamentos de três livros e oito videodocumentários sobre a história do grupo. Nessa fase predominaram exercícios de improvisação sobre artistas da nova geração que em condição periférica reproduzem padrões estéticos mundializados. 

Uma mudança mais radical no rumo dos estudos para “Ópera dos Vivos” ocorreu no ano de 2009. Em paralelo às viagens por todo o Brasil para apresentações e difusão dos livros, optaram por realizar novos estudos sobre a produção artística dos anos 1960. Voltavam ao debate sobre os “mortos” e “vivos” da cultura, responsáveis pelas mais importantes realizações de uma arte que se pretendeu também nacional. O tema já havia sido sondado pelo grupo em “Equívocos Colecionados”, espetáculo de 2004, restrito, na ocasião, ao diálogo com a filmografia de Glauber Rocha. O objetivo da guinada nos ensaios era discutir as formas da indústria cultural brasileira a partir do embate com seu passado, numa investigação sobre as contradições entre ideias e situações produtivas. Inspirados pelo ensaio “Cultura e Política”, de Roberto Schwarz, os artistas do grupo dedicam-se, então, a um grande trabalho de leituras, entrevistas e experiências cénicas, em que traçam as bases teóricas para uma dramaturgia que não poderia ser de um único espetáculo, mas de um repertório. Assim, no ano de 2010, as estruturas cénicas e dramatúrgicas ganham corpo. “Ópera dos Vivos” torna-se num espetáculo-estudo composto por quatro peças mais ou menos independentes. Os seus temas são variados: três atos parecem estar mais no passado e o último na atualidade, mas essas ênfases deslocam-se a todo o tempo na medida em que se acentua a reflexão sobre o trabalho da cultura. Personagens saem de uma narrativa e atravessam outra. Teatro, filme, show, drama televisivo: a própria forma está no centro do assunto reflexivo. Sendo um estudo que parte dos anos 1960, período que ainda dá categorias e alguma substância ao imaginário nacional contemporâneo, a dialética da cultura que se mercantiliza é, também aqui, uma história política. 

FICHA TÉCNICA 
Elenco: Helena Albergaria, Ney Piacentini, Martin Eikmeier, Rodrigo Bolzan, Carlos Escher, Maurício Braz, Adriana Mendonça, Renan Rovida, Rogério Bandeira, Carlota Joaquina e Ana Petta Direção Musical: Martin Eikmeier Iluminação: Melissa Guimarães Cenografia: Renato Bolelli Rebouças e Vivianne Kiritani Coordenação de cinema: Luiz Gustavo Cruz Pesquisa de Dramaturgia: Roberta Carbone e Filipe Moraes Direção de Produção: João Pissarra Direção e dramaturgia: Sérgio Carvalho 

 
©Bob Sousa 

A COMPANHIA DO LATÃO - companhiadolatao.com.br 
Inspirado na tradição brechtiana, o trabalho da Companhia do Latão desenvolve-se desde 1996. Com “O Nome do Sujeito” (1998), escrita pelos dramaturgos e diretores Sérgio de Carvalho e Márcio Marciano a partir da improvisação dos atores, teve início o exame da vida nacional brasileira segundo os recortes determinados por uma reflexão dialética aliada a um trabalho baseado na produção coletiva dos materiais mais tarde traduzidos em dramaturgia. (…) Radicalmente experimentais, a cena e o texto da Companhia do Latão traduzem o empenho em levar às últimas consequências a superação dos limites formais do repertório brasileiro. (…) A companhia tornou-se uma referência para o teatro em São Paulo no que se refere à conjugação de pesquisa estética avançada e politização da cena. (Iná Camargo Costa, Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O gemido do passado

HYGIENE 
Grupo XIX de Teatro | Largo da Sé Velha | 7 de junho | quinta | 20h | M14 | Duração: 90 min
Prémio Qualidade Brasil 2005 

 
 © Adalberto Lima 

Encenada à luz do dia, originalmente, nos prédios históricos da Vila Operária Maria Zélia (1917), a peça é baseada numa pesquisa sobre o processo de higienização urbana no Brasil do fim do século XIX, onde um grande contingente de culturas e ideias dividem o mesmo teto - o cortiço. E desse caldeirão de misturas surgem os embriões de importantes manifestações da nossa identidade, assim como as desigualdades sociais que marcam profundamente os nossos dilemas atuais. 

“Hygiene” faz uma reflexão sobre o momento histórico em que o Brasil se construía numa velocidade acelerada recebendo diariamente milhares de imigrantes. É esse contingente de culturas e ideias que coabitavam nos grandes cortiços do centro do Rio de Janeiro. 

Contando a história de operários, imigrantes, lavadeiras, meretrizes, ex-escravos, curandeiros, comerciantes do Rio de Janeiro da virada do século XIX/XX, quando a habitação se tornou numa questão pública e a sociedade, inspirada por modelos urbanos europeus, resolve pôr em prática a ideia de uma casa unifamiliar, o Grupo XIX de Teatro traz à tona as características que vão marcar profundamente a construção da identidade brasileira. O samba, o sincretismo religioso, as lutas operárias, entre outras manifestações sócio-culturais, geraram os seus embriões nessas habitações coletivas. Colocar essas vidas do passado em contacto com os nossos dias atuais é pôr em foco os dilemas e desafios brasileiros para o futuro. 

A peça propõe uma ocupação espacial em escala urbana, ou seja, transborda o limite do edifício para tomar o espaço público, a rua. 

FICHA TÉCNICA 
Pesquisa e Criação: Grupo XIX de Teatro Dramaturgia: Janaina Leite, Juliana Sanches, Luiz Fernando Marques, Paulo Celestino, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Sara Antunes Elenco: Janaina Leite, Juliana Sanches, Paulo Celestino, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Tatiana Caltabiano Direção: Luiz Fernando Marques Figurinos: Renato Bolelli Contrarregra: Felipe Cruz Produção: Grupo XIX de Teatro Produtora Executiva: Graziella Mantovani 

 
© Adalberto Lima 

GRUPO XIX DE TEATRO - grupoxix.com.br Coletivo nascido no Centro de Artes Cénicas da Universidade de São Paulo, a partir de pesquisa académica. Os seus espetáculos narram dramas sociais e políticos, apresentados em edifícios antigos, invariavelmente abandonados, aproveitando a arquitetura como cenografia e a luz natural como iluminação. A génese do grupo segue a tendência dos chamados processos colaborativos na cena contemporânea brasileira da viragem do milénio. A afirmação do vínculo do teatro com a cidade, e vice-versa, fica patente já na primeira produção, “Hysteria”, que estreia no circuito académico em novembro de 2001, mas só vai chamar a atenção do público e dos média no Festival de Teatro de Curitiba, em março do ano seguinte. O diretor Luiz Fernando Marques e as atrizes Gisela Millás, Janaina Leite, Juliana Sanches, Raissa Gregori e Sara Antunes são protagonistas de uma aventura teatral que os leva não só a outros Estados, percorrendo festivais, mas também a França, Portugal e Cabo Verde. (Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro).

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Trans-dramático

LUIS ANTONIO-GABRIELA (Prémio Shell 2011, Prémio APCA 2011, Prémio CPT 2011) | Documentário cénico | Companhia Mungunzá de Teatro | OMT | Sala Grande | 3 de junho | domingo | 21h30 | Maiores de 16 | 70 min.

©Priscila Prade 

Neste espetáculo, o diretor Nelson Baskerville coloca em cena a sua própria história, em que o irmão mais velho, homossexual, Luis Antonio, desafia as regras de uma família conservadora dos anos 1960 e parte para Espanha sob o nome de Gabriela. O documentário cénico Luis Antonio-Gabriela tem início no ano de 1953, com o nascimento de Luis Antonio, filho mais velho de cinco irmãos, que passou a infância, adolescência e parte da juventude em Santos até ir embora para Espanha aos trinta anos. O espetáculo foi construído a partir de documentos e dos depoimentos do ator e diretor Nelson Baskerville, da sua irmã Maria Cristina, de Doracy, sua madrasta, e de Serginho, cabelereiro em Santos e amigo de Luis Antonio, e narra a sua história até ao ano de 2006, data da sua morte em Bilbao, onde vivera até então, como Gabriela.

A PARTIR DE FACTOS VERÍDICOS
"Em 2002, recebi uma ligação de minha segunda mãe, Doracy – segunda mãe porque minha primeira faleceu após o meu parto, fazendo meu pai, Paschoal, viúvo com 6 filhos, casar com a Dona Doracy, viúva com três filhos, quando eu tinha dois anos – ela me ligou pra dizer que Luis Antonio havia morrido na Espanha. Luis Antonio, pra mim, era aquele irmão, oito anos mais velho, que sempre mantive na sombra. (…) Maria Cristina empreendeu então uma jornada fadada ao fracasso que era saber notícias do paradeiro dele. Depois de alguns meses, através da embaixada brasileira na Espanha ela o encontrou. Mas não exatamente da forma que esperava. Luis Antonio estava vivo, morava em Bilbao e a partir disso começámos a tentar formar e entender aquela lacuna de 30 anos que nos separavam dele." – Nelson Baskerville


FICHA TÉCNICA 
Texto: Companhia Mungunzá de Teatro, a partir de argumento de Nelson Baskerville Intervenção dramatúrgica: Verônica Gentilin Elenco: Day Porto, Sandra Modesto, Verônica Gentilin, Virginia Iglesias, Lucas Bêda, Marcos Felipe Direção: Nelson Baskerville Diretora Assistente / Preparadora Corporal: Ondina Castilho Direção Musical / Composição / Arranjos: Gustavo Sarzi Assistente de Direção: Camila Murano Técnico / Performance: Pedro Augusto Trilha Sonora: Nelson Baskerville / Gustavo Sarzi Preparação Vocal: Renato Spinosa Iluminação: Nelson Baskerville e Marcos Felipe Cenário e Adereços: Nelson Baskerville e Marcos Felipe Artista Plástico: (Cena Guggenheim) Thiago Hattnher Figurinos: Camila Murano Visagismo: Raphael Henry Vídeos / Edição de Imagens e Vídeos: Patrícia Alegre Projeto Gráfico: Sandro Debiazzi, Lucas Beda e Nelson Baskerville Diagramação: Sandro Debiazzi Fotografia: Bob Sousa e Mariana Beda Assessoria de Imprensa: Morente Forte Produção Executiva: Danielle Cabral e Sandra Modesto Produção Geral: Companhia Mungunzá de Teatro Proponente Jurídico: Cooperativa Paulista de Teatro

COMPANHIA MUNGUNZÁ DE TEATRO 
Criada em 2006, a Mungunzá estreou-se em 2008 com “Por que a criança cozinha na polenta?”, a partir do texto de Aglaja Veteranyi, sob a direção de Nelson Baskerville, espetáculo que realizou várias temporadas em São Paulo e participou em diversos festivais pelo Brasil. Baskerville (n. 1961) é ator e diretor de teatro, formado na EAD e docente na Escola Superior de Teatro Célia Helena.
©Priscila Prade


Os próximos espetáculos da MOSTRA SÃO PALCO são:
HYGIENE | Largo da Sé Velha | 7 de junho | quinta | 20h | Entrada gratuita sujeita a reserva antecipada (até dois dias antes do espetáculo) 
ÓPERA DOS VIVOS | TAGV | 8 de junho | sexta | 21h30 | A compra de bilhete para este espetáculo é feita exclusivamente no TAGV 

Mais informações:
O Teatrão
Oficina Municipal do Teatro, Rua Pedro Nunes, Qta da Nora 3030-199 Coimbra
239714013 | 914617383 | geral@oteatrao.com

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quimera Urbana

MIRE VEJA 
Prémio Shell 2003 e Prémio APCA 2003 | a partir de “Eles Eram Muitos Cavalos”, de Luiz Ruffato | Direção de Pedro Pires e Zernesto Pessoa | Companhia do Feijão | OMT | Sala Grande | 31 de maio | quinta | 21h30 | Maiores de 14 | 70 min. 

São 24 histórias curtas, fragmentadas e entrelaçadas, que falam da vida na metrópole e de pessoas de diversas origens e classes sociais que nela habitam. Com cerca de trinta personagens que não se encontram, as histórias encadeiam-se como flashes no tempo impossível de São Paulo. Um mosaico a partir do qual é possível vislumbrar uma parte desse universo tão densamente povoado pela diversidade.

FICHA TÉCNICA
Elenco: Fernanda Haucke, Guto Togniazzolo, Pedro Pires, Vera Lamy e Zernesto Pessoa Direção e Dramaturgia: Pedro Pires e Zernesto Pessoa Direção Musical: Julio Maluf Cenografia: Petronio Nascimento Figurinos: Marina Reis Iluminação: Marinho Piacentini

COMPANHIA DO FEIJÃO - Com uma trajetória pautada pela inclusão cultural em todos os níveis, os espetáculos são levados aos mais diversos públicos e lugares. Para a crítica Mariangela Alves de Lima, a companhia apresenta "uma caderneta de campo em forma de espetáculo" ao reaproximar regiões do país. "Na sua austeridade melódica e rítmica, as músicas do espetáculo nos lembram que há uma outra possibilidade estética, a do rigor construtivo e da economia." (Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro). 

Ppróximos espetáculos da MOSTRA SÃO PALCO:
LUIZ ANTÓNIO GABRIELA | OMT | Sala Grande | 3 de junho | domingo | 21h30 
HYGIENE | Largo da Sé Velha | 7 de junho | quinta | 20h 
ÓPERA DOS VIVOS | TAGV | 8 de junho | sexta | 21h30

© José Romero

terça-feira, 22 de maio de 2012

A revolução começa como um passeio

QUEM NÃO SABE MAIS QUEM É, O QUE É E ONDE ESTÁ PRECISA SE MEXER 
Prémio Shell 2009 

a partir de Heiner Müller | Direção de Georgette Fadel | Companhia São Jorge de Variedades | OMT | Sala Grande | 29 de maio | terça | 21h30 | Maiores de 16 anos | Duração: 90 min. 

A ação de “Quem não sabe…” começa nas ruas onde os três atores se encontram e levam o público até ao teatro, onde está montada a lúdica e bem elaborada cenografia de Rogério Tarifa, um apartamento, ou melhor, um “aparelho”. “Nossos personagens são verdadeiros revolucionários, que às vezes parecem cómicos, patéticos e até mesmo loucos ou muito lúcidos”, revela Georgette Fadel. Acostumada a trabalhar com elencos grandes, foi a primeira vez que a São Jorge de Variedades se apresentou com apenas três atores (Mariana Senne, Marcelo Reis e Patrícia Gifford). 

Nos últimos dez anos a São Jorge de Variedades vem fazendo encenações e incursões em lugares alternativos: como albergues e a própria rua, absorvendo as personagens do local nas suas encenações. Agora, é a vez do mais polémico dramaturgo da pós-modernidade, o alemão Heiner Müller, ser o centro da pesquisa da São Jorge. “Heiner Müller é complexo, mas colocado sob olhar simples, com jogo cénico, torna-se inteligível”, diz a diretora, que já fez pesquisas similares com textos de Qorpo Santo e Stela do Patrocínio. “Heiner Müller coloca nos textos o amargo de revoluções como o marxismo, o idealismo francês ou a luta de classes, explicitando a complexidade dos nossos vícios e o contemporâneo das nossas frustrações, em textos muitas vezes jogados ao público como uma metralhadora.” 

Em pouco mais de uma hora de peça, o discurso de Heiner Müller foi todo transformado em situações muito próximas do público. A verve do dramaturgo também vira música. Literalmente. A direção musical de Luiz Gayotto transforma algumas partes densas dos textos em imagens sonoras. Para Georgette Fadel, que assina a quarta direção na companhia, a poesia de Müller encantou todos os integrantes. “A Mariana Senne foi quem nos apresentou o autor quando trouxe a obra ‘Quarteto’. A simpatia foi imediata, principalmente por ele ser considerado o herdeiro e interlocutor de Brecht, por quem somos apaixonados”, conta a diretora. A partir disso, a companhia organizou uma "roda de prosa", com artistas que já haviam pesquisado o autor para discutir a obra e estéticas de encenações de Heiner Müller. Em seguida, os atores começaram a criar algumas improvisações sobre o universo do autor. 

Entre os textos "A Missão" e "A Máquina Hamlet" e entrevistas com Heiner Müller, selecionados para o espetáculo, os atores também recorreram a alguns outros autores dando mais força ao texto. Rosa Luxemburgo, Juliano Garcia Peçanha e o roteiro da longa-metragem "O Bandido da Luz Vermelha" são alguns exemplos que se mesclam com textos dos próprios atores.

© Cacá Bernardes 


COMPANHIA SÃO JORGE DE VARIEDADES - ciasaojorge.com 
A base estética da companhia apoia-se em manifestações ritualísticas de canto e dança, mantendo como referência paralela as religiões afro-brasileiras. A dramaturgia tem como tema principal a discussão de questões éticas inerentes à diversidade e aos paradoxos da cultura brasileira, desde a sua formação, da colonização à contemporaneidade. Estreiam com o espetáculo “Pedro o Cru”, em 1998, uma montagem amadora do poema dramático do escritor português António Patrício, cuja intenção é refletir sobre a herança do romantismo e da melancolia lusitanos. (Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro) 

FICHA TÉCNICA 
Dramaturgia: Companhia São Jorge de Variedades, a partir de Heiner Müller Direção: Georgette Fadel Atores Criadores: Marcelo Reis, Mariana Senne e Patrícia Gifford Assistente de Direção: Paula Klein Direção de Arte: Rogério Tarifa Direção Musical: Luiz Gayotto Consciência Corporal: Érika Moura Direção de Movimento: Lú Brites Tratamento de Figurino: Foquinha Programação Visual: Sato-CasadaLapa Direção de Produção: Carla Estefan Contraregra: Glauber Pereira Colaboradores: Alexandre Krug, André Capuano e Cibele Forjaz Foto: Cacá Bernardes e Roberto Setton Assessoria de Imprensa: Frederico Paula 

Preço dos bilhetes: 
Passe Geral Mostra São Palco: € 27, com acesso aos cinco espetáculos da mostra (à venda na OMT e TAGV).
Para além do passe, há a possibilidade de aquisição de bilhetes para cada um dos espetáculos, separadamente (entre os € 4 e os €10). Informações na Bilheteira da OMT (239 714 013). 
As reservas feitas antecipadamente terão que ser levantadas até 2 dias antes do espetáculo. 
Para o espetáculo Hygiene, com entrada gratuita, é necessário fazer reserva antecipada e levantar a mesma na bilheteira da OMT.
Para o espetáculo Ópera dos Vivos, as reservas deverão ser feitas diretamente no TAGV.

Mais informações: 
O Teatrão Oficina Municipal do Teatro, Rua Pedro Nunes, Qta da Nora 3030-199 Coimbra 
239714013 | 914617383 | geral@oteatrao.com 

MOSTRA SÃO PALCO (Teatro) | 29 MAI - 8 JUN 
Oficina Municipal do Teatro | Largo da Sé Velha | Teatro Académico de Gil Vicente 

Próximos espetáculos: 
MIRE VEJA | OMT | Sala Grande | 31 de maio | quinta | 21h30 
LUIS ANTONIO-GABRIELA | OMT | Sala Grande | 3 de junho | domingo | 21h30 
HYGIENE | Largo da Sé Velha | 7 de junho | quinta | 20h 
ÓPERA DOS VIVOS | TAGV | 8 de junho | sexta | 21h30

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O rapaz estéreo e o homem aquático

STEREOBOY + HOMEM AO MAR (música) 
Tabacaria | 26 de maio | sábado | 22h 

STEREOBOY é o Luís Salgado, para quem não sabe. Mas podia ser qualquer um dos espectadores, se em vez de aprender a ler e a escrever, só tivesse sido alfabetizado na música pop. HOMEM AO MAR é uma aventura musical nascido aparentemente ao acaso, mas cujas coincidências não podiam ser mais significativas. Histórias, acidentes, marcas de vida ecoam nos sons deste projecto.