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quarta-feira, 25 de março de 2015

Um dia cheio de teatro!

Eis-nos chegados ao 27 de março - Dia Mundial do Teatro. Para este dia, O Teatrão tem programadas não uma, não duas, mas três apresentações teatrais em outros tantos locais!

O CONTRABAIXO ©Carlos Gomes
Em Góis, na sua Casa da Cultura, está o À Direita de Deus Pai, uma coprodução da Trincheira Teatro com O Teatrão. No Seixal, é António Fonseca que sobe ao palco com O Contrabaixo, encenado por Antonio Mercado. E em Coimbra, na nossa casa, há o ensaio aberto da nova produção d'O Teatrão - Terrenos Baldios, um espetáculo com muitos tempos mas situado no presente. Estes terrenos, performáticos, convidam para uma troca de tempo por experiências, que ficam também à responsabilidade do espectador/participante. Este ensaio aberto permite espreitar o processo de criação da nova criação d'O Teatrão, encenada por Joana Mattei em parceria artística com Marco Antonio Rodrigues. 

"Terrenos Baldios" | Sala Grande | 27 março | sexta | 21:30h | Entrada livre sujeita a reserva

"O Contrabaixo" | Auditório Municipal do Fórum Cultural | 27 março | sexta | 21:30h 

"À Direita de Deus Pai" | Coprodução Trincheira Teatro e O Teatrão, no âmbito da incubadora artística PT2 | 27 março | sexta | 21:30h 

TERRENOS BALDIOS ©Carlos Gomes

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sonhos e paixões de um homem comum

O que é um "homem comum"? Diríamos: um homem igual a tantos outros, ou melhor, um homem em cuja alma pulsam todas as paixões, injustiças, alegrias e frustrações que fazem de nós humanos, mesmo que na maior parte do tempo elas estejam contidas, submetidas às regras rígidas da sociedade.

Foi a pensar num desses homens - em todos os homens, portanto - que Patrick Süskind escreveu, em 1981, o divertido O CONTRABAIXO, partindo da visão de que "o mundo todo é uma orquestra e todos nós, homens e mulheres, somos meros músicos que passamos a vida a tocar com maior ou menor talento, com maior ou menor sucesso, conforme os atributos e oportunidades que a natureza e a sociedade nos deram ou deixaram de dar." (Antonio Mercado) 

O homem que encontramos neste texto, e de quem nunca chegamos a saber o nome, é então um contrabaixista, um desses seres sem rosto que estão lá ao fundo da orquestra e que vivem anonimamente ao nosso lado, no meio da multidão, nas nossas ruas e tascas, nas paragens de autocarro e nas filas de supermercado. É sobre este homem que Patrick Süskind coloca a lupa do teatro, revelando-nos com ternura, furor e humor sarcástico, alguém que, como todos nós, vive paixões avassaladoras, mas inconfessadas, e que nos levam tanto ao sublime, quanto ao ridículo. Um homem cuja fúria contida nos confronta, afinal, com uma inquietação: entre o sonhar e o fazer, o que conseguimos realmente concretizar na nossa vida?

O CONTRABAIXO (Teatro)
De Patrick Süskind  | Encenação: Antonio Mercado  | Com António Fonseca
Coprodução O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra
Sala Grande | 15, 16, 23 e 29 novembro | 6, 7, 13 e 14 dezembro | sábado às 21h30 | domingo às 17h | M12

©Carlos Gomes

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O Portugal de hoje em dois atos

Esta semana, em Almada, dois pontos de vista poéticos e bem humorados sobre o que é viver, hoje, em Portugal. Um, com texto brasileiro de 1973, fala-nos de sonhos em tempos difíceis e das voltas que as pessoas dão à vida para os poderem concretizar. Outro, com textos de três dramaturgos portugueses de agora, fabrica uma versão própria do país real com personagens que tentam lidar com um quotidiano surreal. 

UM GRITO PARADO NO AR, escrito por Gianfrancesco Guarnieri em 1973, foi um dos textos que mais comoveu o Brasil nos tempos de resistência e que agora, adaptado à nossa realidade, onde o samba de Toquinho se transforma em fado, nos mostra as voltas que as pessoas dão à vida para poderem ter ou manter o seu trabalho e concretizar os seus sonhos. Sonhos em tempos difíceis, mas sonhos dos quais as personagens não podem abrir mão, embora corram o risco de serem engolidos pela realidade vertiginosa do quotidiano. Esta é, ao mesmo tempo, a peça mais alegre e lúdica de Guarnieri: uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio. 

CONTA-ME COMO É, que O Teatrão estreou este ano por ocasião do 25 de abril, é um conjunto de peças curtas, autênticos pedaços do Portugal contemporâneo surgidos da pena de três premiados dramaturgos e com os quais O Teatrão fabrica uma versão própria do país real. Com base nestas três visões particulares da realidade portuguesa, tentam recriar-se as formas de comunicação da imprensa, da rádio e da TV, que passam aos cidadãos uma versão oficial do país, formas de comunicação que neste espetáculo são passadas através do filtro poderoso do teatro. Este espetáculo será também reposto em Coimbra, na Oficina Municipal do Teatro, entre 31 de outubro e 9 de novembro.

Entretanto, a própria Companhia de Teatro de Almada, que acolhe estes dois espetáculos, visita pela primeira vez a OMT e logo com NEGÓCIO FECHADO, um poderoso texto escrito por um dos mais aclamados dramaturgos da atualidade, David Mamet, e vencedor do Prémio Pulitzer (1984).

O TEATRÃO no Teatro Municipal Joaquim Benite (Almada): 

UM GRITO PARADO NO AR 
de Gianfrancesco Guarnieri 
Direção: Antonio Mercado | 17 OUT | sexta | 21h30 | M16 

CONTA-ME COMO É 
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro 
Encenação: Jorge Louraço Figueira | 19 OUT | domingo | 16h | M12

sábado, 4 de outubro de 2014

A brincar com Shakespeare

TO PLAY: atuar, interpretar, jogar, brincar… Tudo o que se pode – e deve! – fazer com as peças escritas pelo mais genial de todos os dramaturgos. Neste ano em que o mundo celebra os 450 anos do nascimento de Shakespeare, O Teatrão convida-vos para uma fascinante aventura: atuar, interpretar, jogar e brincar com cenas de três das suas peças mais famosas (Romeu e Julieta, Sonho de uma Noite de Verão e A Fera Amansada). No final, a 28 de fevereiro, haverá uma apresentação aberta ao público.

A Oficina está a cargo do encenador e professor ANTONIO MERCADO, com larga experiência em encenações shakespearianas, incluindo na Royal Shakespeare Company.

OFICINA "PLAYING SHAKESPEARE"
Orientação: Antonio Mercado
18 OUT a 28 FEV | sábado | 14h30-18h30
Inscrição: €10 | Mensalidade: €40
Destinatários: Jovens estudantes de teatro, amantes de teatro, público em geral
Inscrições até 10 OUT | Formação limitada a 20 participantes | M16

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Uma comédia feita de som, de paixão e de fúria

Um músico de orquestra, o seu contrabaixo e as múltiplas paixões que o consomem são os ingredientes que voltam a juntar Antonio Mercado e António Fonseca, depois de "Passagem", estreada em 2004 ainda no Museu dos Transportes. "O Contrabaixo" é um dos mais encenados textos de Süskind (autor também do best-seller "O Perfume") e nele se apresenta a "complexa relação de amor e ódio que o músico mantém com o seu instrumento de trabalho e que é dissecada por Süskind com um misto de ternura, furor e humor sarcástico" (A. Mercado). "O Contrabaixo" assinala também uma nova etapa na relação d'O Teatrão com o vizinho Conservatório, que, além de coprodutor e anfitrião da estreia, envolve professores seus na criação do espetáculo. A partir de novembro, será a Tabacaria da OMT a receber este monólogo que nos arrebata e que nos leva tanto ao riso e à ternura, quanto à beira do precipício.

O CONTRABAIXO (Teatro) 
De Patrick Süskind | Encenação: Antonio Mercado | Com António Fonseca 
Coprodução O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra
Conservatório de Música de Coimbra | 26 e 27 SET | 21h30 | 28 SET | 17h30 | M12 

"Dizia Shakespeare que “o mundo todo é um palco, e todos os homens e mulheres são meros actores” ("As You Like It", II, cena VII). Na visão de Patrick Süskind, o mundo todo é uma orquestra e todos nós, homens e mulheres, somos meros músicos que passamos a vida a tocar com maior ou menor talento, com maior ou menor sucesso, conforme os atributos e oportunidades que a natureza e a sociedade nos deram ou deixaram de dar.

Na hierarquia social uns poucos têm o dom ou a sorte de serem maestros, outros serão solistas famosos, outros ainda primeiros-violinos ou chefes de naipes, e por fim vem a imensa multidão dos “tuttistas”- aqueles instrumentistas anónimos que nunca distinguimos no fosso da orquestra, mas que são indispen-sáveis para que a orquestra soe e a música exista. Ignorados pelo público, são eles os verdadeiros respon-sáveis pela massa orquestral que sustenta o brilho das estrelas.

O contrabaixista da peça de Süskind é um desses tuttistas sem nome e sem rosto no meio da multidão, o homem comum das nossas ruas e tascas, das paragens de autocarro e das filas dos supermercados, que leva às costas o fardo dos dias de trabalho árduo e traz oculto dentro de si um universo inquietante de sonhos, de frustrações, de injustiças, de alegrias e paixões.

E é de paixão que fala esta peça: acima de tudo, a paixão pela música, que o personagem sente e com-preende como poucos, embora jamais tenha conseguido distinguir-se como intérprete. Passeia à vontade pela história da música, pelos segredos de alcova dos grandes compositores, faz-nos ouvir e perceber o íntimo de algumas grandes obras. A complexa relação de amor e ódio que mantém com o seu instrumen-to de trabalho, o contrabaixo, é dissecada por Süskind com um misto de ternura, furor e humor sarcástico. Paixão também por uma jovem cantora de ópera, que leva o contrabaixisita anónimo à beira das acções mais desatinadas e estapafúrdias. Mas quem de nós jamais sentiu a força de uma paixão avassaladora, e pensou em assumir atitudes absurdas e ridículas - mas nunca teve a coragem de confessá-lo? Só o teatro permite-nos extravasar essas paixões e rir das suas consequências.

Por fim, a fúria contida dos que são ignorados, desprezados, injustamente preteridos, relegados à massa informe dos tuttistas, obrigados a executarem sempre a partitura da sua solidão e da sua submissão à rigidez das hierarquias. Uma fúria pulsante que a qualquer momento pode explodir num improvável grito de libertação."

 Antonio Mercado


FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Dramaturgia e Direção: Antonio Mercado
Interpretação: António Fonseca
Desenho de Luz: Alexandre Mestre
Apoio Musical: Rui Pereira (Conservatório de Música de Coimbra) e Romeu Santos
Sonoplastia: Rui Capitão
Design Gráfico: unitlab, por Francisco Pires e Marisa Leiria
Fotografia: Carlos Gomes
Produção Executiva: Nuno Carvalho
Direção de Produção: Cátia Oliveira
Direção Técnica: João Castro Gomes
Produção: O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra 2014

quinta-feira, 20 de junho de 2013

CÂNDIDO OU O OPTIMISMO

CÂNDIDO ou O OPTIMISMO (TEATRO) 
A partir de Voltaire | Direção de Antonio Mercado
3º ano do curso de Teatro e Educação da ESEC 
OMT | Sala Grande | 19 a 29 de junho | segunda a sábado | 21h30 | domingo | 17h00 | M12


Sempre disseram e ensinaram ao Cândido que tudo está pelo melhor, no melhor dos mundos. Mas quando ele é expulso de casa aos pontapés, perde a sua amada Cunegundes, se vê exilado, sequestrado pelo exército búlgaro, açoitado pela Santa Inquisição, soterrado no grande terramoto de Lisboa, etc. etc... começa a desconfiar que algo não bate certo no melhor dos mundos.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Um Grito ao longo do Mondego

UM GRITO PARADO NO AR (TEATRO)
de Gianfrancesco Guarnieri | Direção de Antonio Mercado

FIGUEIRA DA FOZ | CAE | 15 de junho | 21h30
PORTELA | GCAP | 22 de junho | 21h30

UM GRITO PARADO NO AR estreou em outubro passado sob a direção de Antonio Mercado e fez temporada na Oficina Municipal do Teatro até 5 de janeiro deste ano; depois de uma leva de saídas país afora que culminou com as apresentações no Teatro da Politécnica em Lisboa e na ACERT em Tondela, eis que o GRITO volta à estrada, desta feita com duas datas: a 15 de junho apresentamo-nos ao público da Figueira da Foz, no Centro de Artes e Espetáculos (CAE), e a 22 de junho visitamos o Grupo Cénico Amador da Portela (GCAP), nossos companheiros já de outras lides como “Shakespeare no Castelo” ou o já próximo “Arruinados”.

Estas duas datas reforçam a aposta d’O Teatrão para este verão em dinamizar os seus laços de trabalho por toda a linha do Baixo-Mondego, um dos eixos fulcrais de ação de toda a sua atividade deste ano.

No caso do CAE, é já a segunda vez que O Teatrão lá se apresenta; a primeira foi no Dia Mundial do Teatro em 2012, com o espetáculo “Shakespeare pelas Barbas”, com encenação de Ricardo Correia e dramaturgia de Jorge Louraço Figueira, o mesmo dramaturgo que assina “Arruinados”, produção de verão d’ O Teatrão que integra também membros do GCAP e que resultará numa trilogia com apresentações em Coimbra, Verride e Figueira da Foz.

©Carlos Gomes

UM GRITO PARADO NO AR foi escrito por Gianfrancesco Guarnieri numa noite de 1973 para a companhia de Othon Bastos e Martha Overbeck - dois atores que Antonio Mercado dirigiu na montagem de Dueto para Um Só, de Tom Kempinski (prémio de encenação da Associação Paulista de Críticos de Arte, 1984) - e apresenta um grupo de atores em luta para conseguir estrear o seu espetáculo, que é um conjunto de fragmentos da realidade urbana.

O crítico João Carneiro descreve o GRITO como “um clássico do tempo da ditadura brasileira que parece escrito para o mês em que estamos”[Caderno Atual, Expresso 23 fev 2013]. Esta tensão em que a peça opera hoje e que a permite vibrar era já desenhada por Guarnieri em 1973: o autor aponta nesta peça uma ligação fortíssima com a realidade recorrendo ao uso de entrevistas áudio gravadas com gente da época; e neste espetáculo potenciamos esse mesmo aspeto usando o vídeo para captar o real e motivar a criação dos atores-personagens.

A identificação foi gradualmente simples e natural: seja pela poética de resistência que ela propõe, seja pela própria situação das personagens, reconhecemos imensos pontos de toque com o nosso contexto - gente que trabalha e se conhece há muito tempo, gente que partilha uma linguagem, gente de teatro que vê como vital a estreia do seu espetáculo e que não baixa os braços perante as pressões externas que ameaçam a sua extinção.

O percurso artístico do elenco, formado no mesmo sistema de trabalho e sempre diferenciado por uma visão crítica do que é fazer teatro, facilita e potencia a pessoalização das situações que Guarnieri desenha no GRITO: a relação entre a vida dos atores, os testemunhos reais e as personagens que estão a criar mostra uma fronteira muito ténue entre o palco e a vida, onde todos se tentam adaptar a uma nova realidade, onde todos sentem que as portas se vão fechando e se torna cada vez mais difícil manter a esperança, sem que por isso tenhamos que render ao abandono um sonho comum.

Uma peça do teatro brasileiro engajado que grita insistência, persistência e resistência num samba de Guarnieri que Toquinho musicou e que nós, em 2012, do outro lado do atlântico, transformamos em fado:

Quem souber de alguma coisa
Venha logo avisar
Sei que há um céu sobre esta chuva
E um grito parado no ar.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Um Grito no Grande Centro

Depois das três apresentações na casa dos Artistas Unidos (o Teatro da Politécnica em Lisboa), chega a vez de Tondela receber a 9 de março o nosso Grito, numa troca de espetáculos entre O Teatrão e o Trigo Limpo – ACERT que trará a Coimbra ainda este mês os trabalhos SERMÃO AOS PEIXES e 20 DIZER.

Os alicerces desta partilha entre as duas estruturas já vêm de trás, e estão assentes numa vontade mútua de revitalizar a região centro e (re)colocá-la no mapa da produção cultural nacional: combater as ideias preconcebidas segundo as quais as produções de excelência artística são apenas possíveis nos grandes centros e que não é possível aliar um forte trabalho de ligação comunitária com uma potente proposta artística tem sido um dos eixos de trabalho partilhados pelas duas companhias.

Em comum temos ainda o território em que atuamos, tantas vezes esquecido, ignorado ou pura e paternalisticamente apelidado de “província”. Este diálogo entre Teatrão e ACERT insere-se nesta estratégia de resistência e afirmação do centro do país como potência cultural, e como tal, parece-nos de vital importância a circulação de trabalhos, a par de outras iniciativas tais como conversas, discussões, fóruns, cruzamento de públicos, etc. Fazer do centro do país um grande centro, pela validação coletiva do trabalho que cá se faz, é o que queremos, sabendo “que há um céu sobre esta chuva e um grito parado no ar”.

UM GRITO PARADO NO AR (TEATRO)
de Gianfrancesco Guarnieri | Direção de Antonio Mercado
TONDELA | ACERT | 9 de março | 21h30 


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um Grito Contínuo

Ao longo de 2013, levamos país afora UM GRITO PARADO NO AR, espetáculo que estreamos em outubro passado e que fez temporada na OMT até 5 de janeiro deste ano.

UM GRITO PARADO NO AR (TEATRO)
de Gianfrancesco Guarnieri | Direção de Antonio Mercado
PEREIRA| Celeiro dos Duques de Aveiro | 2 de fevereiro | sábado | 21h30
Informações e reservas: 919 390 603

Depois de Sobral de Ceira, o GRITO d’O Teatrão acerca-se de Pereira, terra de saborosas queijadas, de milho e de casas abrasonadas.

No desenho das saídas a várias casas de companhias e estruturas profissionais e amadoras com quem queremos continuar a partilhar trabalho e experiências, o segundo palco a receber UM GRITO PARADO NO AR é o Celeiro dos Duques de Aveiro, sede do grupo de teatro O Celeiro, que tem desempenhado um papel de forte dinamização cultural em Pereira e que já colaborou com O Teatrão nos espetáculos PEREGRINAÇÕES (2010), COIMBRA 1111 (2011) E SHAKESPEARE NO CASTELO (2012).



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um GRITO que não se cala

Ao longo de 2013 levamos país afora UM GRITO PARADO NO AR, espetáculo que estreamos em outubro passado sob a direção de Antonio Mercado e que fez temporada na OMT até 5 de janeiro deste ano.

Desenhamos para este primeiro trimestre saídas a várias casas de companhias e estruturas profissionais e amadoras com quem queremos continuar a desenvolver vínculos de trabalho e partilha.

O primeiro porto de abrigo onde atraca este espetáculo é o Auditório do C.P.T., casa-mãe de um dos grupos da região há mais tempo no ativo: o Grupo de Teatro de Sobral de Ceira, companhia com a qual temos andado a estreitar laços desde COIMBRA 1111.

UM GRITO PARADO NO AR (TEATRO)
de Gianfrancesco Guarnieri | Direção de Antonio Mercado
SOBRAL DE CEIRA | Auditório do CPT | 26 de janeiro | 21h30
Informações e reservas: 96 95 19 153


segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Um Grito Parado no Ar" e "O Mistério de Belém" - Últimas Sessões

Estrear e manter em cartaz dois espetáculos foi o compromisso que O Teatrão assumiu no lançamento da temporada SET-DEZ 2012, com o objetivo de proporcionar teatro a públicos de todas as idades. Onze semanas depois, com muitas "trocas" de cenário, muitas canções entoadas, famílias, crianças e estudantes de todas as idades, professores, talhantes, engenheiros, comerciantes, gente do teatro e da música, num total de quase 7000 espetadores, essa temporada chega ao fim. Dois espetáculos que propõem exatamente a reunião das pessoas em volta de um acontecimento, de uma ideia ou de um projeto comum. E duas propostas que conseguiram trazer ao teatro milhares de pessoas, provando, dessa forma, que os portugueses gostam mesmo de se juntar e divertir assim mesmo: juntos!

Quem não teve oportunidade de assistir, ainda o pode fazer até 5 de janeiro, antes da saída d'O Teatrão em digressão. Estreie a Agenda do Novo Ano com uma entrada no teatro! Da parte d'O Teatrão, prometemos continuar a oferecer ao longo de 2013 mais propostas para todos os gostos e idades.

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfranceso Guarnieri
Direção de Antonio Mercado
Sala Grande | 3, 4 e 5 de janeiro | Quinta a sábado | 21h30 | Espetáculo para maiores de 16 anos
Bilhetes: entre €4 e €10

Um grupo de atores luta com sérias dificuldades para conseguir estrear o seu espetáculo, que pretende ser um conjunto de fragmentos da realidade urbana onde o vídeo é usado para captar o real e motivar a criação das personagens. A relação entre a vida dos atores, os testemunhos reais e as personagens que estão a criar mostra uma fronteira muito ténue entre o palco e a vida, onde todos se tentam adaptar a uma nova realidade, onde todos sentem que as portas se vão fechando e se torna cada vez mais difícil manter a esperança.

 ©Carlos Gomes 

O MISTÉRIO DE BELÉM (Teatro) 
Direção de Isabel Craveiro
Sala Grande | Sessões para escolas: 3, 4, 7 e 8 de janeiro às 14h30 | Público geral: 5 de janeiro, sábado, às 17h | Espetáculo para maiores de 4 anos 
Bilhetes: entre €4 e €10 / Preço especial Família (pais e filhos menores): €10

Esta é a história que conta toda a verdade sobre a Natividade, segundo o testemunho direto dos que literalmente cederam o seu lugar à mesa, na noite de consoada, e acompanharam o mais perto que era possível os minutos iniciais do menino no berço de palha da manjedoura original. Falamos do boi e do burro do presépio, verdadeiros anfitriões do grande mistério. De um momento para o outro veem a sua casa ser invadida por ilustres reis e rainhas, pastores e anjos, estrelas fugidias, num corrupio que vem confirmar que ali, naquele lugar, acontecerá algo de extraordinário e maravilhoso. É claro que boi e burro se atrapalham com tanta agitação, tanto trabalho e tamanha responsabilidade. Mas, como sabemos, tudo acaba bem. 

 ©Carlos Gomes

terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Sei que há um céu sobre esta chuva e..."

Seis atores, três homens e três mulheres, ensaiam uma peça que nunca chegamos a conhecer. Não é o teatro feito, mas o teatro por fazer e ao se fazer que contemplamos. As pressões de fora interrompem o ensaio a todo o momento: são credores que retiram aos poucos, como numa peça do absurdo, os próprios elementos sobre os quais deveria erguer-se a representação. À medida que o palco se esvazia cresce a determinação do elenco em levar o espetáculo a cabo, contra ventos e marés. 

Não são menores as pressões vindas de dentro, desde a tentação de tudo resolver em termos de sim e não, evitando a complexidade inerente ao real, até a crença de que o teatro morreu, as palavras já não têm significado e nada há a dizer sobre o mundo.

Mas à medida que o ensaio progride, o milagre da criação artística transforma o jogo em emoção, pondo a descoberto a crueldade dos tempos de crise no mundo contemporâneo. Se às vezes o palco parece uma ilha de neurose cercada de dívidas por todos os lados, não nos esqueçamos que nela habitam também a generosidade, a camaradagem, o cafezinho e os copos compartilhados no bar da esquina; e que dessa aparente anarquia brotam ocasionalmente obras-primas tão legítimas quanto quaisquer outras.

Esta é a peça mais alegre e lúdica de Guarnieri: uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio. Com a força vital de um grito paralisado em pleno voo.

Adaptado de Décio de Almeida Prado, “Guarnieri Revisitado”, pp. 10-13. Em: O Melhor Teatro de Gianfrancesco Guarnieri. São Paulo: Global Editora,1986


©Carlos Gomes


UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
de Gianfrancesco Guarnieri
direção de Antonio Mercado
Sala Grande | 18 de outubro a 5 de janeiro | quinta a sábado | 21h30 | M16 | Bilhetes: entre €4 e €10

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Um grito parado no ar

UM GRITO PARADO NO AR (Teatro)
Sala Grande | 18 de outubro a 5 de janeiro | quinta a sábado | 21h30

Uma viagem alucinante pela realidade urbana 
Em "Um grito parado no ar", O Teatrão convida-nos para embarcarmos nessa viagem, onde se cruzam feirantes, alunos do ensino recorrente, cauteleiros, mulheres a dias, um vizinho tarado, jovens que vêm do interior, um chui cansado, prostitutas, um casal no final da relação, professores universitários, uma mãe com a sopa sempre ao lume, o dono de uma tasca, adeptos fanáticos… São habitantes de uma cidade contemporânea que nos abrem as portas para penetrarmos sem medo na essência dos nossos dramas e conseguirmos rir do patético das nossas vidas.

Teatro dentro do teatro - um grupo de atores luta com sérias dificuldades para conseguir estrear o seu espetáculo, que pretende ser um conjunto de fragmentos da realidade urbana onde o vídeo é usado para captar o real e motivar a criação das personagens. A relação entre a vida dos atores, os testemunhos reais e as personagens que estão a criar mostra uma fronteira muito ténue entre o palco e a vida, onde todos se tentam adaptar a uma nova realidade, onde todos sentem que as portas se vão fechando e se torna cada vez mais difícil manter a esperança.

"Um grito parado no ar" (1973) foi um dos textos que mais comoveu o Brasil nos tempos de resistência e que agora, adaptado à nossa realidade, onde o samba de Toquinho se transforma em fado, nos mostra as voltas que as pessoas dão à vida para poderem ter ou manter o seu trabalho e concretizar os seus sonhos. Sonhos em tempos difíceis, mas sonhos dos quais as personagens não podem abrir mão, embora corram o risco de serem engolidos pela realidade vertiginosa do quotidiano.

Fotografia de ensaio de Carlos Gomes

Ficha Artística e Técnica 
Texto: Gianfrancesco Guarnieri Direção: Antonio Mercado Elenco: Inês Mourão, Isabel Craveiro, João Castro Gomes, Nuno Carvalho, Margarida Sousa e Pedro Lamas Cenografia e Figurinos: O Teatrão Vídeo: Alexandre Mestre Adaptação e Direção Musical: Luís Figueiredo Apoio Vocal: Cristina Faria Banda Sonora: Rui Capitão  Músicos: Armindo Fernandes (guitarra portuguesa) e Ni Ferreirinha (viola) Entrevistas: Alexandre Mestre, Cláudia Pato e Rui Capitão Grafismo: Sofia Frazão Fotografia: Carlos Gomes Direção de Produção: Cátia Oliveira Produção Executiva: Inês Mourão, Margarida Sousa, Nuno Carvalho Direção Técnica: João Castro Gomes Equipa Técnica: Alexandre Mestre, Jonathan Azevedo e Rui Capitão Estagiária Assistente: Ana Bárbara Queirós Produção: O TEATRÃO 2012

Espetáculo para maiores de 16 anos
Duração: 90 m.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Como transformar os portugueses em alemães?

OS IK (teatro)
Coordenação de Antonio Mercado
Terceiro ano do curso de Teatro e Educação da ESEC
Sala Grande | até 5 de fevereiro | 21h30 | domingo | 17h

Parece um título engraçado para uma receita. Mas será que é assim tão simples e positivo concretizá-la?

Ingredientes:
Mais meia hora de trabalho diário, corte de feriados, corte de subsídios, mais produção nacional, redução dos dias de férias, menos tempo para a família, menos tempo social.

Modo de preparação:
É aqui que reside a questão fundamental e foi este o nosso mote para o projeto que temos vindo a desenvolver. Mais uma vez, a Escola Superior de Educação de Coimbra e O Teatrão juntaram-se para discutir com o público questões que parecem urgentes nos dias de hoje. A partir do polémico livro «O Povo da Montanha - Sobreviver pela Crueldade», de Colin Turnbull, surgiu “Os Ik”, uma peça que nos leva a refletir sobre estas questões de identidade, da sua perda e da sua mudança. Os Ik são uma tribo africana, nómada caçadora recolectora, que viu o seu território ser reduzido, e se viu forçada a sedentarizar-se e transformar-se num povo agricultor. A partir desta transformação dos Ik fizemos um paralelismo com a transformação do nosso mundo nos dias de hoje. Até que ponto é que este novo sistema económico europeu, que parece ser vantajoso para a economia, acaba por ser vantajoso para a nossa identidade? E até que ponto é que estamos preparados para perder os valores que nos definem enquanto portugueses?

© Carlos Gomes

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Quem são Os Ik?

OS IK (teatro)
Terceiro ano do curso de Teatro e Educação da ESEC
Coordenação do projeto: Antonio Mercado
Sala Grande | 26 de janeiro a 5 de fevereiro | 21h30 | domingo | 17h | Maiores de 16 anos

Preço único de entrada: € 4

Os Ik, uma tribo do norte do Uganda, sempre foram nómadas desde os tempos mais remotos. Caçadores-recoletores, foram obrigados a abandonar o seu modo de vida e a tornarem-se agricultores, pelo Governo do Uganda, que transformou o território dos Ik num Parque Nacional para excursões e safaris. Aos Ik restou apenas uma área muito seca e montanhosa, imprópria para a agricultura. Esta transformação foi imposta aos Ik à força, de um momento para o outro. Passado alguns anos, Colin Turnbull, um antropólogo inglês, decidiu ir estudar as alterações sociais e económicas que ocorreram neste povo. Este espetáculo conta o que Turnbull viu.

(fotografia de ensaio de Carlos Gomes)