segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um Tempo de Todos

Às vezes o tempo prega-nos (boas) partidas e junta os que procuram e gostam de se encontrar. HÁ TEMPO PARA TUDO, a 69ª produção d’O Teatrão, assume-se, por isso, como um espetáculo de especial importância. Desde logo, por ser a primeira produção que a Companhia dirige aos que começam agora a tomar consciência dos mistérios do mundo, ou seja, os meninos e as meninas que têm entre três e seis anos (e suas famílias!). E é também um espetáculo que alia algumas das mais importantes instituições de Coimbra e que têm aqui oportunidade de aprofundar a sua relação. Sendo uma coprodução com o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, HÁ TEMPO PARA TUDO tem ainda a particularidade de contar, na sua criação, com o valioso contributo dos alunos e professores do Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Coimbra e do Curso de Teatro do Colégio de S. Teotónio. 

HÁ TEMPO PARA TUDO não começa nem acaba, acontece. Porque o mesmo se passa na vida. Acontece... Depende do tempo que estiver na altura! Acontece como um ciclo, que pode ser em qualquer lugar da natureza mãe, onde uma árvore ao perder as suas folhas se transforma numa girafa ou onde uma flor desabrocha e se divide em quatro. Este espetáculo acontece no momento em que se nasce e morre ao mesmo tempo que se funde com outra vida. É um espetáculo sobre estações do ano e aquilo que elas nos provocam. É sobre a Mãe dessas quatro estações. É sobre o tempo das coisas. É sobre as voltas que o tempo dá. É sobre a memória das sensações das coisas. É sobre o tempo de brincar e sobre o tempo que faz quando se brinca.

Ao longo da temporada, em algumas das muitas sessões que O Teatrão organiza durante a semana e ao sábado, o público terá o prazer de assistir ao espetáculo com música tocada ao vivo por alunos do Curso de Jazz do Conservatório. Além disso, haverá, aos sábados, o ateliê “Ao Sabor do Tempo”, para Pais e Filhos também poderem brincar com a passagem do tempo e das Estações do Ano. 

HÁ TEMPO PARA TUDO (Teatro)
Coprodução O Teatrão e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
Direção: Cláudia Carvalho e Jonathan Azevedo
Sala de Ensaios | 27 NOV a 23 DEZ | segunda a sexta | 10h, 11h30, 14h e 15h30 (sessões para escolas) | sábado | 11h e 17h (sessões para público geral) | M3

Preços: €10 (Normal e Pais e Filhos), €5 (Estudante e Sénior), €4 (grupos com mais de 10 pessoas) | Espetáculo + ateliê "Ao Sabor do Tempo": €15 (Pais e Filhos) 



FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Direção: Cláudia Carvalho e Jonathan de Azevedo
A partir de uma ideia original de: Isabel Craveiro
Elenco: Ana Bárbara Queirós, Inês Mourão, João Santos, Margarida Sousa (Atores d'O Teatrão); Ana Margarida Cruz, Bruno Alves, Cristiana Calvário, Daniel Neves, Joana Isabela, Luana Figueiredo, Mariana Antunes e Melanie Cunha (alunos estagiários do Curso Profissional de Artes do Espetáculo do Colégio de S. Teotónio)
Músicos: Diogo Alexandre, Joni Axel, Pedro Jerónimo e Tiago Baptista (alunos do Curso Profissional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra)
Colaboração na criação do espetáculo: Inês Silva, Mitchell Andrade, Sara Tavares e Vera Martins (alunos estagiários do Curso Profissional de Artes do Espetáculo do Colégio de S. Teotónio)
Desenho de Luz e Vídeo: Alexandre Mestre
Apoio ao movimento: Ana Madureira
Cenário e Figurinos: Filipa Malva
Direção Musical: Rui Lúcio
Grafismo: Unit.Lab, por Francisco Pires e Marisa Leiria
Cabeleireiro: Carlos Gago (Ilídio Design)
Fotografia: Carlos Gomes
Construção de Cenário: José Baltazar
Costureira: Fernanda Tomás
Direção de Produção: Cátia Oliveira
Produção Executiva: Nuno Carvalho
Direção Técnica: João Castro Gomes
Equipa Técnica: Alexandre Mestre, João Castro Gomes e Rui Capitão
Equipa Jardim Botânico: Aurora Moreira, Catarina Schreck Reis, Liliana Gonçalves e Paulo Trincão
Coprodução: O Teatrão e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra 2014

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Das palavras aos atos

SANGUE NA GUELRA começa com o escritor e dramaturgo Fernando Giestas a ler uma inscrição numa igreja francesa (“os muros da separação não chegam ao céu”). Inspirado por essas palavras, Giestas escreve, em 2011, um texto que se tornou a base dramatúrgica com que os atores Rafaela Santos e Graeme Pulleyn trabalharam, sob o olhar e a sabedoria de um dos mais consagrados criadores a encenar em Portugal – Rogério de Carvalho. Todos juntos, começaram por construir um muro imaginado, depois criou-se uma mulher e um homem que fossem nós, um lugar que fosse muitos, um tempo que fosse todos, uma guerra que fosse qualquer uma (com ou sem balas). Um mundo, portanto, que é o deles e o nosso, de Portugal. Um mundo onde, com diferentes guerras mais ou menos imaginárias, homens e mulheres são colocados em contextos difíceis para a condição humana.

SANGUE NA GUELRA (Teatro) 
De Fernando Giestas | Encenação: Rogério de Carvalho
Coprodução Amarelo Silvestre e Teatro Viriato
Sala Grande | 21 NOV | sexta | 21h30 | M12 


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sonhos e paixões de um homem comum

O que é um "homem comum"? Diríamos: um homem igual a tantos outros, ou melhor, um homem em cuja alma pulsam todas as paixões, injustiças, alegrias e frustrações que fazem de nós humanos, mesmo que na maior parte do tempo elas estejam contidas, submetidas às regras rígidas da sociedade.

Foi a pensar num desses homens - em todos os homens, portanto - que Patrick Süskind escreveu, em 1981, o divertido O CONTRABAIXO, partindo da visão de que "o mundo todo é uma orquestra e todos nós, homens e mulheres, somos meros músicos que passamos a vida a tocar com maior ou menor talento, com maior ou menor sucesso, conforme os atributos e oportunidades que a natureza e a sociedade nos deram ou deixaram de dar." (Antonio Mercado) 

O homem que encontramos neste texto, e de quem nunca chegamos a saber o nome, é então um contrabaixista, um desses seres sem rosto que estão lá ao fundo da orquestra e que vivem anonimamente ao nosso lado, no meio da multidão, nas nossas ruas e tascas, nas paragens de autocarro e nas filas de supermercado. É sobre este homem que Patrick Süskind coloca a lupa do teatro, revelando-nos com ternura, furor e humor sarcástico, alguém que, como todos nós, vive paixões avassaladoras, mas inconfessadas, e que nos levam tanto ao sublime, quanto ao ridículo. Um homem cuja fúria contida nos confronta, afinal, com uma inquietação: entre o sonhar e o fazer, o que conseguimos realmente concretizar na nossa vida?

O CONTRABAIXO (Teatro)
De Patrick Süskind  | Encenação: Antonio Mercado  | Com António Fonseca
Coprodução O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra
Sala Grande | 15, 16, 23 e 29 novembro | 6, 7, 13 e 14 dezembro | sábado às 21h30 | domingo às 17h | M12

©Carlos Gomes

domingo, 9 de novembro de 2014

O Portugal de Valter Hugo Mãe

Eis que chega a Coimbra a adaptação que o Trigo Limpo – Teatro ACERT construiu a partir do romance “A máquina de fazer espanhóis”, a aclamada e premiada obra de Valter Hugo Mãe, um dos mais destacados escritores portugueses da atualidade. No livro, V. Hugo Mãe coloca-nos de forma emotiva num Portugal envelhecido e confronta-nos com uma realidade cada vez mais premente e dolorosa, também. 

Foi com esta aventura de final de vida que o grupo de Tondela se quis encontrar e assim surge O FASCISMO DOS BONS HOMENS, título aliás “roubado” ao primeiro capítulo do romance. Este é, pois, um espetáculo que se constrói como a vida, isto é, entre o cómico e o trágico e que conta a história de António Silva, personagem central e narrador do romance de V. Hugo Mãe. Conduzidos pelo Lar “A Feliz Idade”, chegamos a um universo onde, como no mundo do “faz-de-conta”, idades e comportamentos se confundem (“de velho se torna a menino”, diz o povo), mas cujas personagens não abdicam de refletir sobre as suas lembranças. Como diz uma das personagens, Cristiano Silva, “Quem fomos há-de sempre estar contido em quem somos, por mais que mudemos ou aprendamos coisas novas”.
Para além da sessão para público geral, às 21h30, haverá também uma sessão para grupos escolares às 15h.

O FASCISMO DOS BONS HOMENS
a partir de "A máquina de fazer espanhóis", de Valter Hugo Mãe
Trigo Limpo teatro ACERT | Encenação de Pompeu José
Sala Grande | 12 NOV | quarta | 15h e 21h30 | M12
Espetáculo integrado no Programa TEATRO-OUTONO, que oferece descontos especiais na compra de bilhetes para espetáculos de teatro 

©Carlos Teles

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

CONTA-ME COMO É: últimas apresentações!

A curta temporada de CONTA-ME COMO É termina neste fim de semana! Na quinta-feira, dia 6 de novembro, será apresentada a última sessão em versão "reduzida" e, de sexta-feira a domingo, o espetáculo já conta com a participação da Classe T - Grupo de Teatro Amador d'O Teatrão. Na sexta, dia 7, há ainda um motivo extra para vir até à OMT: logo a seguir ao espetáculo, há jam session animada pelos alunos de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra. Esperamos por vós!


CONTA-ME COMO É (Teatro) 
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro 
O Teatrão | Encenação de Jorge Louraço Figueira 
Sala Grande | 31 de outubro a 9 de novembro | segunda a sexta | 21h30 | sábado e domingo | 19h | M12 | Entrada: entre €4 e €10 (descontos aplicáveis na compra de bilhete do Programa TEATRO-OUTONO) 

©Carlos Gomes