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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"Lemos, ouvimos, lemos" e... reinventamos

Portugal entra-nos todos os dias pelas nossas casas, pelos nossos olhos, pelos nossos ouvidos. Ligamos a TV, a rádio, os smartphones, lemos os jornais e aí está o nosso país - ou pelo menos aquele que a comunicação social nos faz crer que é "o" país real. Mas depois saímos de casa e Portugal também é esse país de gente anónima que anda pelas ruas, que vive um quotidiano tão verdadeiro quanto o outro, mas que não aparece nas "gordas" dos jornais. Gente que tem dentro de si o seu Portugal ou a sua visão, íntima e "não oficial", de Portugal.

CONTA-ME COMO É nasce na sequência de um convite a três premiados dramaturgos portugueses para escreverem sobre o Portugal de cada um deles. Da pena de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro, surge assim um conjunto de peças curtas, espécie de vinhetas do Portugal contemporâneo, e que são três retratos muito pessoais - e surreais quanto baste - da realidade portuguesa, três visões particulares que os três dramaturgos desenvolveram ao longo de um ano e meio de trabalho. É com base nestas três visões particulares da realidade portuguesa que O Teatrão fabrica uma versão própria do país real e com as quais se tentam recriar as formas de comunicação da imprensa, da rádio e da TV, que passam aos cidadãos uma versão oficial do país, formas de comunicação que neste espetáculo são passadas através do filtro poderoso do teatro.

CONTA-ME COMO É estreou na OMT por ocasião dos quarenta anos do 25 de abril e regressa agora para dez sessões seguidas, com cenário e cenas renovados, mas continuando os atores a assumir a missão de contar tudo, como se estivessem entre amigos íntimos, num descontraído piquenique - e é esta a teatralidade específica desta obra/experiência teatral que nos desafia a falar de nós, de todos nós, e de hoje, deste Portugal de 2014.

A reposição de CONTA-ME COMO É na OMT tem ainda a particularidade de oferecer ao público duas versões de si mesmo, pois de sexta a domingo o espetáculo conta com a participação da Classe T - Grupo de Teatro Amador d'O Teatrão.

CONTA-ME COMO É (Teatro) 
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro 
O Teatrão | Encenação de Jorge Louraço Figueira 
Sala Grande | 31 de outubro a 9 de novembro | segunda a sexta | 21h30 | sábado e domingo | 19h | M12 Entrada: entre €4 e €10 (descontos aplicáveis na compra de bilhete do Programa TEATRO-OUTONO) 

©Carlos Gomes

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O Portugal de hoje em dois atos

Esta semana, em Almada, dois pontos de vista poéticos e bem humorados sobre o que é viver, hoje, em Portugal. Um, com texto brasileiro de 1973, fala-nos de sonhos em tempos difíceis e das voltas que as pessoas dão à vida para os poderem concretizar. Outro, com textos de três dramaturgos portugueses de agora, fabrica uma versão própria do país real com personagens que tentam lidar com um quotidiano surreal. 

UM GRITO PARADO NO AR, escrito por Gianfrancesco Guarnieri em 1973, foi um dos textos que mais comoveu o Brasil nos tempos de resistência e que agora, adaptado à nossa realidade, onde o samba de Toquinho se transforma em fado, nos mostra as voltas que as pessoas dão à vida para poderem ter ou manter o seu trabalho e concretizar os seus sonhos. Sonhos em tempos difíceis, mas sonhos dos quais as personagens não podem abrir mão, embora corram o risco de serem engolidos pela realidade vertiginosa do quotidiano. Esta é, ao mesmo tempo, a peça mais alegre e lúdica de Guarnieri: uma celebração do mistério do teatro, com as suas mazelas e a sua grandeza, a sua desordem e o seu fascínio. 

CONTA-ME COMO É, que O Teatrão estreou este ano por ocasião do 25 de abril, é um conjunto de peças curtas, autênticos pedaços do Portugal contemporâneo surgidos da pena de três premiados dramaturgos e com os quais O Teatrão fabrica uma versão própria do país real. Com base nestas três visões particulares da realidade portuguesa, tentam recriar-se as formas de comunicação da imprensa, da rádio e da TV, que passam aos cidadãos uma versão oficial do país, formas de comunicação que neste espetáculo são passadas através do filtro poderoso do teatro. Este espetáculo será também reposto em Coimbra, na Oficina Municipal do Teatro, entre 31 de outubro e 9 de novembro.

Entretanto, a própria Companhia de Teatro de Almada, que acolhe estes dois espetáculos, visita pela primeira vez a OMT e logo com NEGÓCIO FECHADO, um poderoso texto escrito por um dos mais aclamados dramaturgos da atualidade, David Mamet, e vencedor do Prémio Pulitzer (1984).

O TEATRÃO no Teatro Municipal Joaquim Benite (Almada): 

UM GRITO PARADO NO AR 
de Gianfrancesco Guarnieri 
Direção: Antonio Mercado | 17 OUT | sexta | 21h30 | M16 

CONTA-ME COMO É 
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro 
Encenação: Jorge Louraço Figueira | 19 OUT | domingo | 16h | M12

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CONTA-ME COMO É os 40 anos do 25 de abril!

CONTA-ME COMO É (Teatro)
de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro
O Teatrão | Encenação de Jorge Louraço Figueira
Sala Grande | 23 a 27 de abril | quarta a sábado | 21h30 | domingo | 17h

CONTA-ME COMO É, em cena de 23 a 27 de abril, é também oportunidade de abrir a OMT à celebração dos 40 anos do 25 de abril e de oferecer um conjunto de atividades pensadas a partir do espetáculo. É assim que a energia própria dos grandes ajuntamentos populares (que o mês de abril tão bem representa) chega ao Teatrão!

Um conjunto de peças curtas surgidas da pena de três premiados dramaturgos, constitui o ponto de partida de CONTA-ME COMO É. São autênticos pedaços do Portugal contemporâneo, escritos segundo a visão particular de Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro.

Num caldeirão onde se deita este material dramatúrgico, mais as ilustrações de André Lemos, as fotografias do projeto 12.12.12, o apoio ao movimento da coreógrafa Marina Nabais, e ainda muitas toalhas e cestos de piquenique, histórias dos 40 anos passados desde o 25 de Abril, e as interpretações de 19 atores, mistura-se uma poção mágica para resistir ao invasor… O Teatrão fabrica uma versão própria do país real que, numa OMT dessacralizada e reinventada pelo cenário de Filipa Malva, a luz de Alexandre Mestre e o som de João Castro Gomes, cabe aos atores contar aos espectadores.

E porque estamos a falar de todos nós e de hoje, este mega-piquenique que o espetáculo propõe será alargado a gentes e áreas diversas, expandindo-se para todo o espaço da OMT. Nos dias das apresentações, O Teatrão oferece um intenso programa de atividades: 

©Carlos Gomes
- no dia 24 de abril, véspera de feriado, há logo a seguir ao espetáculo uma "jam session" organizada pelo curso de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra;

- no dia 25 de abril, integramos a sessão nas Comemorações do Dia da Liberdade e garantimos entrada livre a quem quiser vir assistir;

- a seguir à última sessão, no dia 27 de abril, recebemos alguns deputados da Assembleia da República para conversarmos sobre a democracia que vimos construindo e sobre o papel que cada um de nós tem, ou pode ter, neste Portugal europeu do ano de 2014.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Teatrão estreia "Conta-me Como É"

CONTA-ME COMO É nasce da constatação de que os momentos de crise são também os mais oportunos para criar. De que um estado de sujeição involuntária acicata o desejo de tomar nas mãos o destino. Tomando como ponto de partida as obras "Terror e miséria do III Reich", de Bertolt Brecht, e "Terror e miséria no primeiro franquismo", de José Sanchis Sinisterra, três autores encontram, num País e num continente em crise, matéria de criação dramatúrgica – tal como Brecht e Sinisterra haviam encontrado nos terrores do regime nazi e do regime franquista, respetivamente. O resultado – um conjunto de peças curtas, espécie de vinhetas do Portugal contemporâneo – são três retratos muito pessoais da realidade portuguesa, três visões particulares que Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro, os três dramaturgos, desenvolveram ao longo de um ano e meio de trabalho.

Com base neste material dramatúrgico, a encenação do CONTA-ME COMO É tenta recriar em palco as formas de comunicação da imprensa, da rádio e da TV, que passam aos cidadãos uma versão oficial do país, formas de comunicação que neste espetáculo são passadas através do filtro poderoso do teatro.

Para a construção desta outra versão do país, CONTA-ME COMO É revela também uma ambição muito particular: a de reunir uma equipa de gente de todo o país e de várias áreas artísticas para criar uma obra coletiva sobre o que é viver no Portugal contemporâneo. E é por isso que, aos três dramaturgos, se junta um elenco constituído por 19 atores (entre profissionais e alunos das classes d'O Teatrão); à cenógrafa e figurinista Filipa Malva juntam-se a coreógrafa Marina Nabais, o ilustrador André Lemos e a colaboração dos fotógrafos do projeto 12.12.12; e à celebração dos vinte anos d'O Teatrão juntam-se os quarenta anos do 25 de abril.

É com toda esta gente - geográfica e artisticamente variada - que pretendemos fabricar a nossa própria versão do país real, instalando-a num cenário que é um espaço de convívio onde as fronteiras entre espectador e ator se cruzam, e em que a própria Oficina Municipal do Teatro é dessacralizada, tirada do lugar do teatro comercial, do teatro de vanguarda, e também do teatro comunitário. Neste lugar, os atores assumem a missão de contar tudo, como se estivessem entre amigos íntimos, e é esta a teatralidade específica desta obra/experiência teatral, que nos desafia a falar de nós - de todos nós, hoje, aqui, Portugal-Europa 2014.

CONTA-ME COMO É (Teatro)
O Teatrão | Encenação de Jorge Louraço Figueira
Sala Grande | 23 a 27 de abril | quarta a sábado | 21h30 | domingo | 17h Entrada: entre €4 e €10


FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Textos: Jorge Palinhos, Pedro Marques e Sandra Pinheiro Encenação e Dramaturgia: Jorge Louraço Elenco: Ana Bárbara Queirós, Inês Mourão, Isabel Craveiro, João Castro Gomes, João Santos, Margarida Sousa, Nuno Carvalho (Atores d'O Teatrão); Carlos João Santos, Eduardo Faria, Licínia Carvalho, Liliana Taborda, Miguel Fonseca, Paula Carriço, Rita Melo, Sílvio Carvalho, Sofia Coelho, Susana Ladeira e Teresa Sá (Alunos Classes de Teatro) e Nuno Gomes Vozes na Rádio: Ana Rosmaninho, Catarina Ribeiro, Cátia Oliveira e João Conceição | Desenho de Luz: Alexandre Mestre | Apoio ao movimento: Marina Nabais | Cenário e Figurinos: Filipa Malva | Banda Sonora: João Castro Gomes | Ilustração: André Lemos | Grafismo: Unit.Lab, por Francisco Pires e Marisa Leiria | Cabeleireiro: Carlos Gago (Ilídio Design) | Fotografia: Carlos Gomes | Construção de Cenário: José Baltazar | Costureira: Fernanda Tomás | Direção de Produção: Cátia Oliveira | Produção Executiva: Nuno Carvalho | Direção Técnica: João Castro Gomes | Equipa Técnica: Alexandre Mestre, João Castro Gomes, Rui Capitão | Produção: O TEATRÃO 2014

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Natal dos Outros

LEITURAS ATRAVESSADAS (Ciclo de Leituras)
CHRISTMAS QUANDO QUISERES
de Jorge Louraço Figueira
Tabacaria | 18 de dezembro | terça | 22h00 | entrada livre

No espírito da quadra, retomamos CHRISTMAS QUANDO QUISERES, um texto estreado há precisamente dez anos, pel’O Teatrão, sobre o Natal de uma professora e dois miúdos inadaptados. No espírito da temporada, recordamos uma peça criada em regime de colaboração intensiva, semelhante aos processos que deram origem aos dois espetáculos em cartaz. 

Sinopse 
Nico e Pilim são amigos, companheiros e residentes no Bairro Sul. Decidem nas vésperas de Natal, assaltar a Escola que frequentaram até há pouco tempo e onde conheceram Natália, a professora de Inglês. Esta apenas consegue ser colocada em regime de substituição e na noite do assalto surpreende os seus ex-alunos na escola. A sua ida aí prendeu-se com o facto de ter ficado retida na cidade, e de tencionar ver a gravação vídeo da festa de Natal: Natália sofreu um acidente de viação que deixou a sua melhor amiga em estado de coma.
O confronto verbal que se estabelece ente os ex-alunos e a professora revela as fragilidades, as desilusões, as faltas de oportunidade, a sensação de impotência que Nico e Pilim sentem em relação à sociedade, e não só: também Natália partilha de forma aberta os seus problemas. A diferença entre eles reside na capacidade de sonhar, de validar projetos, de acreditar ainda na dignidade do ser humano. E é esta descoberta, esta partilha, que os vai unir.

Jorge Louraço Figueira escreveu a sua peça de estreia, O Espantalho Teso, no âmbito de uma oficina de escrita teatral do Dramat, o então centro de dramaturgias contemporâneas do Teatro Nacional de São João. CHRISTMAS QUANDO QUISERES foi escrita em colaboração com António Mercado, a partir de uma ideia de Manuel Guerra, e trabalhada em improvisações com os atores d’ O Teatrão. O autor entrou em vários projetos de escrita em parceria, tendo participado ainda na XV Residência Internacional do Royal Court Theatre, em Londres, e no seminário de dramaturgia coordenado por Sanchis Sinisterra no Teatro Nacional Dona Maria II.