domingo, 30 de junho de 2013

Andam faunos à solta nas ruínas

ARRUINADOS EM TRÊS ATOS

I ATO - 3 a 6 de julho | Colégio da Trindade (Coimbra) | 20h00 | Lotação Limitada
II ATO - 17 a 20 de julho | Quinta das Pretas (Verride - Montemor-o-Velho) | 20h00 | Entrada Livre | Lotação Limitada
III ATO (inserido no Festival Fusing) - 31 de julho a 3 de agosto | Praça da Europa (Figueira da Foz) | 19h30 | Lotação Limitada

Entrada Livre sujeita a reserva




Percorreremos ruínas de um Portugal que está há muitos séculos à beira da ruína, mas que teimosamente insiste em existir.Sabendo que em períodos de igual decadência houve quem não desistisse, fomos em busca de outros "faunos": os que viveram e trabalharam no Colégio da Trindade, em plena Alta de Coimbra que está agora a candidatar-se a Património da Humanidade; os que olharam o vale do Mondego do alto da Quinta das Pretas (ou da Melhor Vista), em Verride, poiso de D. Maria II numa estrelada noite de maio de 1852; e os que apanharam o barco no porto da Figueira para procurar outros destinos, refazer a sua vida ou simplesmente chegar à outra margem.

Em ARRUINADOS EM TRÊS ATOS, encontramos os Faunos do Rio separados: cada um foi à sua "vidinha", feita de rotinas bastantes à mera sobrevivência, e esqueceu o teatro. Mas, como sempre, o Passado volta e agora para reancender os sonhos e unir os desavindos. Em três espetáculos transformados em três episódios de uma novela intemporal, os Faunos irão assim crescer na crença de que juntos são melhores e mais felizes, mas crescer também em número (há novos membros) e em território: partem de Coimbra, seguem a margem esquerda do Mondego até Verride e, por fim, arrancam em direção à foz do rio para, nesse espaço de horizonte aberto, decidir o que fazer com a sua vida.

Este Património (i)material mais ou menos abandonado e que, em alguns casos, encerra também uma promessa de futuro, serve de base a uma dramaturgia construída a partir de espaços arruinados e de histórias passadas, mas igualmente das vidas dos que, hoje, participam no espetáculo. Sim, o Portugal de 2013 está impróprio para consumo, mas a verdade é que continuamos por cá e entre o lamento pelo que já passou e a luta pelo que há de vir, os Faunos e os seus comparsas escolhem viver a susbstância de uma existência mais ou menor real, mais ou menos utópica. Na linha recente de trabalho d'O Teatrão e na sequência de espetáculos como "Um Grito Parado no Ar", "República(s)" ou "Coimbra 1111", ARRUINADOS EM TRÊS ATOS assenta, pois, na ideia de partilha, de encontro de pessoas e ideias e de construção de projetos comuns - seja uma peça de teatro, uma família, uma cidade ou um país, mantendo a crença de que a revolução está, literalmente, na rua: nas suas casas, nas suas gentes, na sua vida.






Sem comentários: