sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Abrir o baú do presente

Visto do presente, o passado é um lugar estranho e do qual é difícil, se não impossível, desligar. Um baú fundo de memórias que, à vez, tentamos esquecer ou lembrar. Já o teatro, sem o passado e sem a memória, não acontece. O Teatrão deste último trimestre de 2013 assume-se, por isso, como um cais onde acumulamos experiências recentes que não queremos deixar partir e onde continuam a cruzar-se pessoas, ideias e culturas. E como a nossa "aldeia é grande como outra qualquer", deste cais avistamos Portugal e a Europa, este imenso território de mil vozes e olhares, encontros e separações que nos guia na descoberta de novos mapas.

O sonho, o partir e o chegar, a utopia e a possibilidade de coletivo - ideias fundadoras do "Arruinados em três atos" - permanecem e inspiram tanto o exercício final do Bando à Parte, como o intercâmbio internacional que lhe antecede e que junta os nossos jovens a parceiros italianos e irlandeses. Mais para o final do ano, O Teatrão estreia VIAGEM A CASA DOS MEUS AVÓS, um espetáculo que propõe uma reflexão poética sobre a nossa relação com o Tempo e a Identidade e que, apesar de dirigido a todos, é carinhosamente dedicado a todos os avós e netos.

OS LUSÍADAS ditos de cor, autêntica epopeia do século XXI idealizada por António Fonseca, andarão pela cidade e encontram-se com o A 20 DE NOVEMBRO, dos Artistas Unidos. Antes disso, as quatro entidades das LINHAS CRUZADAS, sob o leme do Jazz ao Centro, exploram o TERRITÓRIO DENTRO DE NÓS e juntam-se à Casa da Esquina no projeto OCCUPY.

O baú reserva ainda umas quantas surpresas: um workshop com a revisitante MARINA NABAIS, uma TABACARIA dentro da Tabacaria, uma viagem a Roma com JP SIMÕES, três COMBOS de Jazz, JOAQUIM ESPADINHA e a sua poesia que fala, um concerto para bebés e, para reacender os corações, o SINGLE SINGERS BAR.

O passado pode ser um lugar estranho, mas é também inspirador de um "outro olhar para outro olhar", um reconfortante espaço de encontro e reconhecimento a que voltamos sempre - tal como este Teatrão, que vai ficando cada vez mais casa e cada vez mais cheio. Não se desligue: o baú está aberto! 


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