É sob o signo da República que iremos até Dezembro. A nossa temporada junta-se ao programa oficial de comemorações do Centenário da República com três espectáculos, um dos quais criado de raiz em Coimbra. Mas, bem vistas as coisas, tanto o concerto de abertura da temporada, dos
Pop Dell’arte, como os dois trabalhos dos Visões Úteis – um dos quais apresentado no Hotel Ibis – poderiam fazer parte de um programa alternativo, mais satírico, se tal coisa houvesse.
No nosso espectáculo, chamado RepúblicaS, decidimos levar à letra a expressão “centenário da república”, e misturá-la com os centenários das repúblicas (casas de estudantes) de Coimbra. Será por isso uma combinação entre festa e comemoração. Para completar o quadro, apresentaremos também uma versão da Noite de Reis, de Shakespeare – não para desenjoar com as aventuras nocturnas de certos monarcas, mas porque neste texto está a chave para as fantasias que ocupam tanto reis como presidentes como repúblicos de Coimbra: mudar de vida.
Ainda antes disso, reunimos as cortes numa sessão aberta a todos os constituintes, para conversar sobre o papel e vocação d'O Teatrão e da Oficina. Presidem aos trabalhos Laborinho Lúcio e Sousa Ribeiro. Com este fórum pretendemos abrir ao máximo a discussão sobre o carácter cívico das artes do espectáculo. E, no fundo, o tópico é o mesmo: a governação da coisa pública.
As quintas-feiras continuam a ser a noite marcada para os concertos na OMT e os sábados normalmente os dias de teatro. Até aos Reis irão dezoito semanas. Um espectador totalista da OMT, se existisse, poderia assistir a dezasseis espectáculos diferentes, quase um por semana, e mais de setenta sessões. Reserve com antecedência.